FMI defende que há "margem de manobra" para aumentar salários dos médicos moçambicanos
Porto Canal / Agências
Maputo, 13 jun (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu na quarta-feira que o Governo moçambicano terá "espaço de manobra" no próximo Orçamento Retificativo para um aumento gradual dos salários dos médicos, que estão em greve há mais de três semanas.
Os médicos e técnicos de saúde moçambicanos paralisaram a atividade, exigindo um aumento de 100 por cento nos ordenados, contra um incremento de 15 por cento decretado pelo Governo, em abril.
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma palestra sobre a economia moçambicana, o representante do FMI em Moçambique, o brasileiro Victor Lledó, afirmou que o Orçamento Retificativo, que será debatido pelo parlamento em agosto, dá uma margem de manobra ao executivo, para uma subida gradual dos ordenados da classe médica e dos profissionais de saúde.
"Obviamente, há um espaço de manobra. Acredito que a versão atual do Orçamento Retificativo concede um aumento", enfatizou Victor Lledó, assinalando que o FMI aconselhou o Governo sobre o procedimento a seguir em relação à questão salarial da classe médica.
A primeira greve dos médicos, observou o representante do FMI, desafiou as autoridades moçambicanas sobre a urgência de abordar com determinação o tema dos ordenados na função pública.
"Houve a primeira reivindicação no início do ano e, dentro desta reivindicação, ficou premente a necessidade de se retomar de forma mais ativa a estratégia da revisão salarial", afirmou Victor Lledó.
O Governo moçambicano tem apontado limitações de ordem financeira, para não acomodar a reivindicação da classe médica, que exige salários iguais aos auferidos por magistrados e quadros das instituições financeiras do Estado, as duas classes profissionais melhor remuneradas na função pública.
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