Europeias: Partidos vencedores querem trabalhar pela UE e não destruí-la

| Política
Porto Canal com Lusa

Bruxelas, 27 mai 2019 (Lusa) -- A Comissão Europeia afirmou hoje que os resultados das eleições europeias mostram "uma maioria pró-europeia" na UE, vincando que o sufrágio foi ganho por quem quer "trabalhar para a Europa" e não por "quem a quer destruir".

"Os que ganharam as eleições são os que querem trabalhar de e para a Europa e não os que a querem destruir", reagiu hoje o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas.

Falando na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, o responsável notou que "há uma maioria pró-europeia instalada" após as eleições que arrancaram quinta-feira e terminaram no domingo, "o que significa que haverá um Parlamento Europeu construtivo na próxima legislatura".

E reforçou: "Acho que os populistas não ganharam estas eleições porque, contrariamente a algumas profecias, foram as políticas pró-europeias que ganharam o dia".

Resultados provisórios hoje divulgados pelo Parlamento Europeu confirmam a vitória do Partido Popular Europeu (PPE) nas eleições, com 182 assentos, menos 39 do que em 2014, e a ascensão do ALDE a terceira maior força, com 109 eleitos.

Os dados hoje publicados pela assembleia europeia -- que têm por base resultados finais em sete países e provisórios noutros 19, bem como estimativas nacionais da Irlanda e do Reino Unido -- confirmam então o PPE como principal força política, que ainda assim perde 39 eurodeputados em comparação com as eleições de 2014.

Em segundo lugar surgem os socialistas, com a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D) a conseguir 147 eleitos, menos 44 do que há cinco anos.

Estas perdas significam que as duas maiores famílias do Parlamento Europeu juntas não chegam à maioria face ao total de 751 eurodeputados.

A ganhar 42 assentos ficou a Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa (ALDE), que de acordo com os resultados provisórios desta amanhã chega aos 109 eleitos na coligação com o francês Renaissance e o romeno USR PLUS, tornando-se na terceira maior força da assembleia europeia.

Na tarde domingo, foi anunciado que a Renascença (Renaissance En Marche), o nome pelo qual o partido do Presidente francês, Emmanuel Macron, fez campanha nestas eleições europeias iria unir-se ao grupo, que foi rebatizado com ALDE&R.

Também a ganhar nestas eleições ficou o Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, com 69 eleitos, contra 50 no início da legislatura anterior.

Este resultado foi, inclusive, um dos mais surpreendentes do sufrágio, beneficiado pelas recorrentes manifestações pelo clima e por lutas como a do fim do plástico.

No que toca à participação, fixou-se numa taxa de 50,82% em toda a UE, a maior em 20 anos.

Reagindo a este número, Margaritis Schinas referiu que "as eleições foram a prova real de que a democracia europeia está viva e de boa saúde".

"Mostra que os cidadãos europeus querem estar envolvidos e guiar, com o seu voto, o futuro da UE, e estamos muito satisfeitos com isto", vincou, falando em nome da Comissão Europeia liderada por Jean-Claude Juncker.

Questionado sobre as conversações dos próximos dias relativas às nomeações para altos cargos da UE, Margaritis Schinas considerou que "não cabe" à atual Comissão, que deverá estar em funções até outubro, "tecer comentários sobre possíveis negociações".

Ainda assim, notou que Juncker "tem vindo a apoiar" o processo de 'spitzenkandidat', termo alemão que se refere à designação do presidente da Comissão entre os "principais candidatos" apresentados por cada família.

ANE // FPA

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