Vencedor do prémio Correntes d'Escritas considera distinção "um suplemento de ânimo"

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Porto Canal / Agências

Póvoa de Varzim, 20 fev (Lusa) -- O escritor Manuel Jorge Marmelo, que hoje venceu o prémio literário Correntes d'Escritas/Casino da Póvoa com a obra "Um mentira mil vezes repetida", descreveu a distinção como "um suplemento de ânimo", por estar desempregado.

O escritor portuense, de 42 anos, que há cerca de um ano ficou sem o emprego como jornalista, lembrou a sua condição de desempregado para frisar "a importância da distinção", o principal galardão do festival Correntes d'Escritas.

"Este prémio vem numa altura em que estou a atravessar a fase mais complicada da minha vida. Como várias centenas de milhares de portugueses, estou desempregado", começou por dizer o autor, quando subiu ao palco para receber a distinção.

"Fui alvo da reestruturação da economia e custa-me perceber como transformar pessoas úteis em inúteis desempregados pode ser bom para a economia. Receber um prémio nesta altura é um suplemento de ânimo que estava a precisar ao fim de mais de um ano sem emprego", acrescentou Manuel Jorge Marmelo.

Visivelmente nervoso, o escritor disse esperar "que este prémio seja o início de um novo ciclo" e agradeceu às Correntes d'Escritas.

Manuel Jorge Marmelo, que é convidado há 14 anos consecutivos para este encontro de escritores de expressão ibérica, confessou que não contava receber a distinção, que envolve um prémio de 20 mil euros.

"Quando vi a lista dos 15 finalistas pensei que dificilmente teria hipóteses, porque era um grupo muito forte de candidatos", disse o autor, completando: "Estava habituado a estar na plateia a admirar escritores que muito estimo. Estar nesta posição é algo incrível".

Na altura em que recebeu o prémio, Manuel Jorge Marmelo fez questão de recordar Manuel António Pina, jornalista e escritor que faleceu recentemente.

"O Manuel António Pina foi a pessoa que fez a primeira apresentação deste livro. Infelizmente já não está entre nós. Faz-me falta todos os dias a sua capacidade crítica de olhar para o país e para o mundo", afirmou.

JPYG // ROC

Lusa/fim

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