RCA: França vê "motivos para otimismo" na assinatura de acordo de paz

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 05 fev (Lusa) -- A ministra das Forças Armadas de França, Florence Parly, está otimista quanto a uma solução política para o conflito na República Centro-Africana (RCA), na sequência do acordo assinado hoje entre o Governo e 14 grupos armados.

"Penso que há motivos para otimismo, porque vemos que os grupos armados se reuniram e discutiram. Ainda não pudemos conhecer os termos do acordo que concluíram, mas creio que é uma etapa que foi ultrapassada", afirma em entrevista à agência Lusa em Lisboa.

"Naturalmente é apenas um princípio, uma primeira etapa, mas em relação à situação anterior é certamente muito positivo", acrescenta.

O governo da RCA e 14 grupos armados que controlam grande parte do país, em conflito desde 2013, assinaram hoje em Cartum um acordo de paz mediado pela União Africana (UA).

Parly, que esteve em Lisboa para participar no I Seminário de Defesa Nacional, frisa que tanto França como Portugal "apoiaram sempre a iniciativa da UA" e esperam "que o acordo concluído permita restabelecer a paz e a estabilidade" no país.

A ministra admite, contudo, que a situação no país "é difícil" e exige continuidade do empenho militar até que as Forças Armadas da RCA possam ser destacadas para todo o território.

Florence Parly elogia o desempenho das forças portuguesas no terreno e sublinha a importância para França "de poder contar com a colaboração e a participação muito ativa de Portugal", na missão de formação da União Europeia (EUTM RCA) e na operação de manutenção de paz da ONU (MINUSCA).

"Naturalmente, só uma solução política permitirá restabelecer a paz e a estabilidade na RCA, mas, no intervalo, há necessidade de uma presença militar até que as forças militares da RCA possam ser destacadas para a totalidade do território", sustenta.

Portugal tem atualmente 214 militares empenhados em missões na RCA, 159 dos quais na MINUSCA (Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana), uma companhia de paraquedistas e elementos de ligação, e 45 na EUTM (missão da União Europeia de Treino Militar).

O conflito na RCA iniciou-se em 2013, com o afastamento do presidente François Bozizé por uma coligação de grupos armados maioritariamente muçulmanos, designada Séléka.

A estes grupos opuseram-se milícias cristãs reunidas na coligação anti-Balaka.

O atual Governo, presidido por Faustin-Archange Touadéra, controla apenas cerca de um quinto do território, estando o restante nas mãos por mais de 15 milícias.

MDR (SF/JYO) // FPA

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