Previsões dos bancos apontam para contração económica de 1,5% em 2013
Porto Canal / Agências
Lisboa, 13 fev (Lusa) - Os analistas preveem uma contração económica de 1,5% em 2013, uma recessão menos profunda do que a antecipada pelo Governo, mas esperam um crescimento homólogo entre 1,1% e 1,3% no quarto trimestre do ano passado.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar na sexta-feira a estimativa rápida do Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre de 2013, sendo que, no terceiro trimestre a economia portuguesa cresceu 0,2% face ao trimestre anterior e contraiu 1% em termos homólogos.
Para o conjunto de 2013, as estimativas do BBVA Research, do Montepio, do BPI e da Universidade Católica apontam para uma contração de 1,5%, acima do que estima o Governo (-1,8%).
No entanto, face ao trimestre anterior, a variação do PIB entre outubro e dezembro deverá fixar-se entre os 0,0% e os 0,3%, ao passo que, em termos homólogos, este crescimento deverá oscilar entre os 1,1% e os 1,3%.
O BBVA Research apresenta a estimativa mais conservadora, apontando para "um crescimento estagnado" no último trimestre de 2013 face ao trimestre anterior, ao passo que o Montepio e o BPI esperam um crescimento em cadeia de 0,1% e a Universidade Católica aponta para os 0,3%.
Quanto à evolução homóloga do PIB no quarto trimestre de 2013, o Montepio e o BPI preveem um aumento de 1,1% e a Universidade Católica espera um desempenho ligeiramente melhor, de 1,3%.
O economista-chefe do Montepio, Rui Bernardes Serra, considera que a economia foi positivamente influenciada no último trimestre do ano passado pela procura interna, que foi "afetada pelo anúncio de um incremento da austeridade no âmbito da Proposta de Orçamento do Estado para 2014, mas numa intensidade que se estima mais do que compensada pelas exportações líquidas (...) bem como pelo consumo público, que terá sido a única componente da procura interna a expandir".
A economista do BPI Paula Carvalho defende que esta evolução se deve ao "comportamento mais favorável do consumo das famílias", ao "desagravamento da queda do investimento" e à "manutenção da boa 'performance' na frente externa".
Já os economistas do Núcleo de Estudos de Conjuntura sobre a Economia Portuguesa (NECEP), da Universidade Católica, que apresentaram a estimativa mais otimista, entendem que "este crescimento é suportado por uma recuperação na procura interna, incluindo o investimento, e reflete ainda uma consolidação orçamental em 2013 inferior ao previsto no início do ano".
Os documentos da décima avaliação ao Programa de Ajustamento Económico e Financeiro de Portugal, que deverão ser divulgados em breve pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional, deverão conter uma estimativa do comportamento da economia mais positiva do que aoficial, que aponta para uma recessão de -1,8% em 2013, o terceiro ano consecutivo de recessão.
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