Infanta Cristina desvincula-se de alegados delitos durante interrogatório de 5 horas

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Porto Canal / Agências

Palma de Maiorca, Espanha, 8 fev (Lusa) - A infanta Cristina, filha do rei espanhol, reiterou hoje durante cinco horas de interrogatório num tribunal em Palma de Maiorca, desconhecer aspetos da gestão da empresa de que era proprietária com o seu marido em quem disse confiar totalmente.

Fontes jurídicas que ouviram o interrogatório conduzido pelo juiz José Castro explicaram que a infanta disse que sempre assinou tudo o que lhe pedia o seu marido, Iñaki Urdangarin, com quem partilhava o controlo da empresa Aizoon.

Num interrogatório "muito exaustivo", Cristina respondeu com evasivas a grande parte das perguntas, declarando desconhecer os elementos sobre os quais Castro a questionou, incluindo faturas da empresa.

Depois de mais de cinco horas de interrogatório, o juiz interrompeu para almoço uma sessão histórica em que, pela primeira vez, um membro de uma casa real europeia respondeu perante a justiça por um caso de corrupção.

A infanta Cristina permaneceu no interior do tribunal durante o pequeno intervalo de 10 minutos no interrogatório e durante o período de almoço, numa sessão que será retomada com o interrogatório do procurador público.

Cristina foi questionada sobre gastos que fez com o cartão de crédito da empresa e sobre outros elementos do processo, com o empréstimo de 1,2 milhões de euros que recebeu do rei Juan Carlos para a compra da sua casa em Barcelona.

Arguida por delito fiscal e branqueamento de capitais disse, segundo fontes judiciais, que soube da advertência feita em 2006 por Juan Carlos a Iñaki Urdangarin para que deixasse as suas atividades no Instituto Nóos.

Atribuiu esse aviso a uma questão de estética e imagem da Casal Real, não lhe tendo dado mais importância.

Cristina foi questionada até sobre o seu pessoal doméstico, afirmando que os tinha contratado, mas desconhecendo a forma como eram pagos.

Tranquila e "muito bem treinada", segundo um dos advogados presentes, Cristina insistiu que nunca participou na gestão do Instituto Nóos, onde eram vogal, e rejeitou ter conhecimento sobre a gestão diária da empresa Aizoon.

"Em 95% das respostas a infanta disse nao saber, nao conhecer ou que confiava no marido", disse um dos advogados, durante a pausa da manhã, aos jornalistas.

Durante a tarde, a filha de Juan Carlos será questionada pelo procurador Pedro Horrach e, posteriormente, por advogados das acusações particulares e pelos advogados de defesa.

Informação sobre o depoimento da infanta, que está a ser gravado em áudio, tem sido escassa, sabendo-se apenas elementos gerais do interrogatório dado a conhecer aos jornalistas por alguns dos advogados presentes na sala.

ASP // MSF

Lusa/FIm

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