Ministério da Saúde diz que forma como médicos reportam falhas informáticas é assunto interno

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Porto Canal com Lusa

O serviço que gere os sistemas informáticos do Ministério da Saúde escusa-se a comentar a forma como os médicos ou serviços de saúde se organizam para reportar falhas informáticas, na sequência de queixas da Ordem.

A Ordem dos Médicos avisou que está a agravar-se a “burocracia informática” que envolve a emissão de receitas médicas sem papel, considerando que está a ser prejudicado o tempo de consulta a dedicar ao doente.

Segundo o bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, os serviços do Ministério da Saúde responsáveis pela gestão dos sistemas informáticos emitiram uma circular na qual é solicitado aos médicos mais um procedimento a executar na emissão das receitas médicas que “faz perder muito tempo”.

Numa resposta enviada à agência Lusa, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) afirmam que, em julho, entrou em vigor uma nova circular referente ao uso dos sistemas informáticos, mas alega que o objetivo é "facultar informação rigorosa sobre os constrangimentos que impedem os médicos de usar o sistema eletrónico, em caso de falência", para garantir que os problemas são analisados e resolvidos.

"Relativamente à forma como os serviços se organizam para proceder à notificação de falhas informáticas, é um assunto interno sobre o qual a SPMS não comenta", acrescenta a resposta escrita.

A SPMS diz ainda que a lei estabelece que o uso de receita manual e em papel depende de condições verificáveis, como falência informática, inadaptação do médico aos sistemas ou um limite de 40 receitas por mês.

Em declarações à agência Lusa, o bastonário da OM explicou que é pedido aos médicos um “procedimento informático extra”, que passa por informar um ‘helpdesk’ sobre a falência do sistema informático para que seja gerado um número de código que devem incluir quando na receita manual quando não é possível passar uma receita eletrónica.

Quando há um problema informático que impossibilita passar uma receita eletrónica, os médicos estão a ser obrigados a colocar na receita manual um código numérico que é o indicador da falha informática, mas, segundo Miguel Guimarães, esse código nem sempre é fácil de encontrar, levando a que os médicos “percam muito tempo” a ligar para um ‘helpdesk’.

“Faz perder muito tempo. Às vezes pode levar uma, duas ou três horas. Isto é trabalho burocrático, não é trabalho médico”, sublinha o bastonário, considerando que “isto não é aceitável”.

Os dados oficiais da SPMS indicam que desde julho, quando entrou em vigor a circular criticada pela Ordem dos Médicos, se registaram 176 registos de indisponibilidade do sistema para um universo de mais de sete milhões de prescrições por via da plataforma eletrónica.

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