Cerca de 30 pessoas protestam em Lisboa contra fecho da CGD em Pedras Salgadas

| Economia
Porto Canal com Lusa

Cerca de 30 pessoas estão, esta terça-feira, a protestar em frente à sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em Lisboa, contra o fecho da agência de Pedras Salgadas, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real.

Atualizado 20-06-2018 15:48

Num protesto pacífico, os manifestantes não levaram cartazes, nem gritaram palavras de ordem.

Um grupo de dez pessoas, constituído por autarcas da Câmara de Municipal de Vila Pouca de Aguiar, o presidente e representantes do PS e PSD na Assembleia Municipal, o presidente da Junta de Freguesia de Pedras Salgadas e também o presidente da Assembleia de Freguesia, foi recebido por representantes da administração da Caixa Geral de Depósitos.

Fonte do banco já fez saber que a CGD não vai prestar declarações no final da reunião.

No âmbito do plano de reestruturação da CGD, o balcão de Pedras Salgadas deverá encerrar a 29 de junho, tendo os clientes de se deslocar seis quilómetros até à sede do concelho.

Com este fecho, os clientes ficam ainda sem a única caixa de multibanco.

Jorge Barroso é empresário e membro da assembleia municipal de Vila Pouca de Aguiar e espera que “haja, sobretudo, bom senso na decisão” e que a “agência de Pedras Salgadas seja mantida”.

“É um serviço fundamental que é prestado à população”, considera o munícipe de 64 anos, elencando que grande parte dos moradores não tem possibilidade de se deslocar até à sede do concelho.

Questionado sobre se o protesto se vai estender ao Ministério das Finanças, Jorge Barroso afirmou que dependerá do resultado da reunião.

“Vamos ver no que resulta, conforme a reunião decorrer, mas estamos dispostos a fazer valer as nossas razões até onde for necessário”, vincou.

José Rodrigues, de 67 anos, disse que os moradores de Pedras Salgadas vão ter de “ir muito mais longe” para aceder a um balcão da CGD na sede do concelho.

Para mostrar que se trata de um balcão com muita procura, o morador disse que “é capaz de juntar mais de 50 pessoas, se for preciso, numa manhã”.

“A gente está ali duas a três horas à espera”, concluiu.

A CGD vai fechar cerca de 70 agências este ano, a maioria já este mês e nas áreas urbanas de Lisboa e Porto, indicou, na semana passada em comunicado, o banco público, sem precisar quantas são exatamente as agências que fecharão até final de junho nem onde se situam, dizendo apenas que muitos desses balcões estão em áreas urbanas.

Segundo informações recolhidas pela Lusa nas últimas semanas, entre as agências da CGD que irão fechar estão São Vicente da Beira (Castelo Branco), Darque (Viana do Castelo), Grijó e Arcozelo (Gaia), Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Prior Velho (Loures), Alhandra (Vila Franca de Xira), Abraveses e Rua Formosa (Viseu), Louriçal (Pombal), Avanca (Estarreja), Desterro (Lamego), Carregado (Alenquer), Colos (Odemira) e Alves Roçadas (Vila Real), Nogueira do Cravo (Oliveira de Azeméis), Perafita (Matosinhos) e Coimbra.

A CGD tinha 587 agências em Portugal no fim de 2017 e quer chegar ao final deste ano com cerca de 517.

A redução da operação da CGD, incluindo o fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, foi acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia como contrapartida pela recapitalização do banco público feita em 2017.

Em 2017 já tinham fechado 67 balcões, encerramentos que provocaram muita polémica e protestos, sendo o mais conhecido o caso de Almeida.

Assim, com o encerramento destes 70 balcões, a CGD terá ainda de fechar mais 43 balcões nos próximos dois anos.

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