Partido Comunista contra fecho de dois balcões da CGD no centro de Coimbra

| Economia
Porto Canal com Lusa

Coimbra, 15 jun (Lusa) -- O Partido Comunista Português (PCP) manifestou-se hoje contra a possibilidade de encerramento de dois balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no centro da cidade de Coimbra e vai promover uma ação de rua junto da população.

"Chegou ao conhecimento do PCP que está previsto o encerramento, no final deste mês, de dois balcões da Caixa Geral de Depósitos no concelho de Coimbra", afirma a Organização Regional de Coimbra dos comunistas, numa nota enviada hoje à agência Lusa.

Os dois balcões que, de acordo com o PCP, a CGD prevê fechar em Coimbra situam-se no centro da cidade, um na avenida Sá da Bandeira, perto da Praça da República, e outro na Rua Ferreira Borges, na Baixa de Coimbra.

Como "entidade pública" que é, a CGD não pode comportar-se como "uma entidade privada", afirmam os comunistas, sustentando que "uma Caixa ao serviço do desenvolvimento no País, não pode apenas atender aos critérios do lucro".

A CGD tem "obrigações sociais de apoio às populações e ao desenvolvimento económico dos locais onde se encontra instalada", acrescentam.

O PCP e a CDU (coligação integrada por este partido e por Os Verdes) "vão intervir no sentido de denunciar esta situação" e "os prejuízos que acarreta", refere a mesma nota, anunciando para "a próxima quarta-feira [20 de junho], pelas 13:00, uma ação de contacto com a população de Coimbra junto à agência da CGD Ferreira Borges".

A CGD vai fechar cerca de 70 agências este ano, a maioria já este mês e nas áreas urbanas de Lisboa e Porto, indicou, em 11 de junho, em comunicado, o banco público, sem especificar as agências que fecharão até final de junho, nem onde se situam, referindo apenas que muitos desses balcões estão em áreas urbanas.

A CGD tinha 587 agências em Portugal no fim de 2017 e quer chegar ao final deste ano com cerca de 517.

A redução da operação da CGD, incluindo o fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, foi acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia como contrapartida pela recapitalização do banco público feita em 2017.

Em 2017 já tinham fechado 67 balcões, encerramentos que provocaram muita polémica e protestos, sendo o mais conhecido o caso de Almeida.

Assim, com o encerramento destes 70 balcões, a CGD terá ainda de fechar mais 43 balcões nos próximos dois anos.

Segundo informações recolhidas pela Lusa nas últimas semanas, entre as agências da CGD que irão fechar estão São Vicente da Beira (Castelo Branco), Darque (Viana do Castelo), Grijó e Arcozelo (Gaia), Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Prior Velho (Loures), Alhandra (Vila Franca de Xira), Abraveses e Rua Formosa (Viseu), Louriçal (Pombal) e Avanca (Estarreja).

JEF // MCL

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