Presidente da República promete analisar documento entregue em Belém por delegação de enfermeiros

| Política
Porto Canal com Lusa

Cascais, 19 mai (Lusa) -- O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, comprometeu-se hoje a analisar um documento que foi hoje entregue em Belém por uma delegação da manifestação de enfermeiros e a discuti-lo depois com o Governo.

No final de uma conferência sobre os desafios de Portugal para a próxima década, o chefe de Estado foi insistentemente questionado pelos jornalistas sobre a sua presença ou ausência na final da Taça de Portugal no domingo, mas apenas quis falar de um outro tema.

"Foi recebida na Presidência da República uma delegação de uma manifestação de enfermeiros que apresentou um documento que eu ainda não vi, mas que vou analisar e depois naturalmente falarei com o Governo sobre esse documento", disse Marcelo Rebelo de Sousa à comunicação social, mesmo sem ser questionado sobre o tema.

Algumas centenas de enfermeiros concentraram-se hoje de manhã junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, para pedir ao Presidente da República que interceda junto do Governo para que haja investimentos na Saúde, nomeadamente contratação de profissionais, no próximo Orçamento do Estado.

Com 't'shirts' negras e cravos brancos, os enfermeiros exibiam cartazes a dizer "basta", "a classe acorda", "pela valorização da enfermagem, não te acomodes com o que te incomoda", "não nos calam" e a "união faz a força", entre outros.

A concentração foi agendada pelo Movimento Nacional de enfermeiros, que se autoclassifica como apartidário e sem filiação sindical, por identificar que "a saúde, em Portugal, tem muita falta de recursos humanos e muitos serviços estão em dotações mínimas, o que mete em perigo a segurança dos doentes", destacou Nuno Alpalhão, representante do Movimento.

Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, que também apoiou a concentração, destacou que os enfermeiros protestam pelas condições da carreira, mas também pela falta de profissionais, referindo estudos que dizem que Portugal precisa de mais 30.000 enfermeiros.

"Há por todo o país hospitais e centros de saúde que têm pedido a contratação de enfermeiros, mas o Ministério da Saúde está engolido pelo Ministério das Finanças e os enfermeiros não têm condições para trabalhar, nem em número, nem em material", disse.

A bastonária salientou que "Portugal está na cauda do mundo em número de enfermeiros".

"Somos os pior cotados para o 'racio' de 1.000 habitantes. Neste momento, por exemplo, o hospital de Santa Maria tem tantos médicos como enfermeiros e deveria ter três vezes mais enfermeiros do que médicos. Por isso não compreendemos por que é que não é feito nada e viemos pedir a moderação do Sr. Presidente da República", salientou.

SMA (RCS) // ATR

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