Santos Silva defende aposta no "laço transatlântico" apesar de "divergências" entre Europa e EUA

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 15 mai (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros português reconheceu hoje no parlamento "divergências" entre a Europa e os EUA, apontando "cinco incidentes" causados pela atual administração norte-americana, mas defendeu a necessidade de valorizar o "laço transatlântico".

O chefe da diplomacia identificou as recentes decisões do Presidente norte-americano, Donald Trump, de abandonar o acordo nuclear com o Irão e de transferir a embaixada de Telavive para Jerusalém como "mais um episódio de divergência, mais um incidente indesejável na relação transatlântica".

Esta é, acrescentou, a "quinta crise" provocada pela atual administração norte-americana, desde janeiro de 2017.

Santos Silva enumerou os casos anteriores: a declaração da NATO como obsoleta -- situação entretanto já ultrapassada -, o abandono da agenda do clima (acordo de Paris), a suspensão das negociações do tratado de comércio e investimento EU/EUA (conhecido como 'TTIP') e o protecionismo comercial que representa diretamente uma ameaça às relações comerciais com a Europa".

Face a este afastamento, há duas posições na UE: por um lado, a Alemanha defende que a consequência é deixar de confiar na aliança com os EUA e tomar medidas para fortalecer a autonomia estratégica da Europa, enquanto países como o Reino Unido ou Portugal consideram que, "devendo reconhecer-se essas dissonâncias, devendo contribuirmos para a coerência e autonomia da posição europeia, a hora é não de desvalorizar, mas pelo contrário, de valorizar o laço transatlântico, seja do ponto de vista multilateral seja bilateral", sustentou.

O ministro destacou que há várias áreas que exigem "um compromisso" dos EUA e da União Europeia, como a luta contra o grupo radical Estado Islâmico e o terrorismo; a ajuda a paísses como o Iraque ou Afeganistão na reconstrução e capacitação institucional; o compromisso comum em respostas políticas e humanitárias em países como a Síria e a procura de fazer regressar o Médio Oriente ao diálogo político.

JH // JPF

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