Durão Barroso crê em ano de viragem económica e dá exemplo de Portugal
Porto Canal / Agências
O presidente da Comissão Europeia disse hoje, em Riga, acreditar que 2014 será o ano de superação da crise, desde que não haja "erros políticos", e apontou a título de exemplo as "indicações muito boas" vindas de Portugal.
Falando numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro letão e com o presidente do Conselho Europeu, por ocasião de uma visita a Riga para assinalar a adesão da Letónia ao euro, José Manuel Durão Barroso disse que no ano passado as nuvens já começaram a dissipar-se e, "se não houver erros políticos", uma ressalva que fez questão de "sublinhar", afirmou-se convicto de que "este será o ano" em que a Europa vai "virar a página da crise".
"A Irlanda foi o primeiro país da zona euro a emergir com sucesso de um programa de ajustamento económico acordado com UE e FMI. E agora vemos muito boas indicações relativamente a Portugal e relativamente à Espanha", também de saída do seu programa de assistência aos bancos, e em termos gerais houve "uma evolução muito boa" ao nível da dívida soberana dos chamados países da periferia, assinalou.
Referindo-se em concreto à adesão da Letónia ao euro, concretizada a 01 de janeiro passado, o presidente do executivo comunitário comentou que, em resposta àqueles que antecipavam a "implosão" do espaço monetário único, não poderia haver "melhor demonstração não só da resiliência, estabilidade, credibilidade e força da moeda única, mas também da sua capacidade do euro atrair" novos membros.
Durão Barroso lembrou ainda que há alguns anos a Letónia atravessou uma grave crise económica, que levou à implementação de um "rigoroso programa de ajustamento", e observou que, apesar de, na altura, o país ainda não fazer parte do euro, "o programa era em muitos aspetos comparável àqueles implementados agora em países da zona euro".
Embora "muito criticado" na altura, disse, o programa deu frutos, e a Letónia regista atualmente não só a maior taxa de crescimento económico da UE, como cumpriu os critérios para aderir ao euro, sendo por isso, sustentou, "um exemplo de que é possível sair mais forte da crise e também um sinal de confiança na zona euro".
Por seu turno, o primeiro-ministro letão, Valdis Dombrovskis, realçou que a transição para o euro "está a ser muito bem sucedida", como o demonstra o facto de atualmente, corridos apenas 10 dias, haver já "muitos mais euros que lats" em circulação".
A Letónia tornou-se o 18.º membro da zona euro e é o sexto dos "novos" Estados-membros da União Europeia (os 12 países que aderiram à UE em 2004 e 2007) a adotar o euro como moeda, depois da Eslovénia (2007), Chipre e Malta (2008), Eslováquia (2009) e Estónia (2011) já se terem juntado a Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal.