Eurogrupo: Uma corrida aparentemente a quatro com Centeno na «pole position»

| Economia
Porto Canal com Lusa

Bruxelas, 30 nov (Lusa) -- A lista final de candidatos a presidente do Eurogrupo só será divulgada na sexta-feira, mas de acordo com várias fontes europeias são quatro os pretendentes que formalizaram a candidatura, sendo Mário Centeno apontado como o favorito.

Além de Centeno, serão candidatos à sucessão do holandês Jeroen Dijsselbloem o eslovaco Peter Kazimir, a letã Dana Reizniece-Ozola e o luxemburguês Pierre Gramegna, sendo todavia necessário esperar por sexta-feira pelo anúncio formal de candidaturas para confirmar que são efetivamente quatro os concorrentes à eleição, que terá lugar na reunião do Eurogrupo da próxima segunda-feira, em Bruxelas.

Contactada pela Lusa, a assessoria de imprensa do presidente do Eurogrupo escusou-se a revelar quantos candidatos estão na corrida à sucessão de Jeroen Dijsselbloem, apontando que a lista definitiva será publicada na sexta-feira de manhã, tal como já indicara o ainda presidente do fórum de ministros das Finanças da zona euro por ocasião do lançamento das candidaturas, em meados de novembro.

Kazimir, que tal como Centeno pertence à família política dos Socialistas Europeus, confirmou já durante a tarde de hoje, na sua conta na rede social twitter, que apresentou a candidatura a presidente do Eurogrupo, adiantando desde já, em jeito de campanha, que o seu objetivo é "construir pontes".

Dana Ozola (Verdes) e Gramegna (Liberais) ainda não fizeram um anúncio formal, mas ambos fizeram efetivamente chegar as respetivas candidaturas até ao prazo limite para o efeito, 12:00 de hoje em Bruxelas (11:00 de Lisboa), confirmaram fontes governamentais dos dois países.

O Governo português anunciou formalmente ao final da manhã a candidatura de Mário Centeno, tendo o primeiro-ministro, António Costa, afirmando que a mesma procura estabelecer consensos e "reunir todos" à volta dos desafios que a moeda única europeia enfrenta e das reformas de que precisa.

"A nossa lógica é de ajudar a contribuir para o consenso, reunir todos", disse António Costa aos jornalistas, à margem da cimeira entre a União Europeia e a União Africana, que termina hoje em Abidjan, na Costa do Marfim.

"Julgamos que reunimos um bom lote de apoios e boas condições para apresentar uma postura construtiva para fazer as reformas necessárias na zona euro, completar a união económica e monetária, e que também ajude a ultrapassar as divisões que tivemos no passado e que agora, nesta fase de mudança e construção do futuro da Europa, possamos também dar esse contributo", salientou o chefe do Governo português.

Mário Centeno também já deu hoje uma conferência de imprensa para dar conta da sua candidatura à presidência do Eurogrupo, afirmando que pretende dar "um contributo construtivo", mesmo que "crítico às vezes" para "encontrar caminhos alternativos".

Centeno, 50 anos, natural de Olhão, Algarve, é ministro das Finanças desde 26 de novembro de 2015 e é apontado pela generalidade da imprensa internacional como o grande favorito ao cargo, depois de ter sido o "eleito" entre os grandes candidatos dos Socialistas Europeus, a família política com mais possibilidades de garantir (neste caso, manter) o posto até agora ocupado pelo holandês Jeroen Dijsselbloem.

Kazimir também pertence à família socialista, mas é conhecido por assumir posições mais próximas da chamada "linha dura", como aconteceu durante a última crise grega, quando a Eslováquia era dos aliados mais próximos do então ministro alemão Wolfgang Schäuble, e segundo vários analistas terá poucas possibilidades.

Segundo o Financial Times, a decisão sobre qual o candidato a reunir o maior consenso entre os socialistas foi tomada à margem da cimeira UE-África que decorre até hoje em Abidjan, em encontros entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, com os primeiros-ministros de Portugal, António Costa, e de Itália, Paolo Gentiloni, para decidir quem deveria avançar entre Centeno e o ministro italiano Pier Carlo Padoan, tendo a escolha recaído no ministro português.

O prazo para apresentação de candidatos ao cargo de presidente do Eurogrupo terminavahoje, às 11:00 de Lisboa, estando a eleição agendada para a reunião do Eurogrupo da próxima segunda-feira, em Bruxelas. O novo presidente iniciará funções em janeiro de 2018.

ACC (MBA/ND)// ATR

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