Sooronbai Zheenbekov empossado Presidente do Quirguistão
Porto Canal com Lusa
Moscovo, 24 nov (Lusa) -- O social-democrata Sooronbai Zheenbekov foi empossado hoje como Presidente do Quirguistão, depois de ter ganhado, à primeira volta, as eleições de outubro, com 54,2% dos votos.
Sooronbai Zheenbekov, de 59 anos, renunciou ao cargo de primeiro-ministro para se candidatar à presidência da república centro-asiática, sucedendo assim a Almazbek Atambaïev, responsável por aproximar o país da Rússia e integrá-lo na União Económica Euroasiática (UEE), liderada por Moscovo.
"O Quirguistão continuará a cooperação estratégica com a Rússia. Também reforçará a cooperação estratégica com a China", afirmou Sooronbai Zheenbekov, na cerimónia em que prestou juramento no cargo.
O novo líder indicou como prioridades a luta contra a corrupção e a defesa dos interesses do país.
Zheenbekov vai liderar a única república parlamentar da Ásia Central com os poderes presidenciais bastante diminuídos, na sequência da reforma constitucional aprovada há quase dois anos durante o mandato de Almazbek Atambaïev.
Essa reforma, duramente criticada pela antiga Presidente Roza Otunbayeva e pelo pai da atual Constituição Omurbek Tekebayev, reforçou os poderes do primeiro-ministro em detrimento dos do Presidente, parlamento e autoridades locais.
O primeiro-ministro quirguistanês pode nomear e destituir membros do Governo sem consultar o chefe de Estado, designar dirigentes de administrações estatais sem o consentimento dos conselhos territoriais e vetar projetos de lei do parlamento se implicarem um aumento das despesas do orçamento.
Zheenbekov inicia um mandato ofuscado pela perseguição ao principal rival na corrida à presidência, o também ex-primeiro-ministro Omurbek Babanov, líder do partido da oposição Respublika Ata yurt e um dos homens mais ricos do país, que obteve 33,49% dos votos nas presidenciais de 15 de outubro.
A procuradoria-geral do Quirguistão abriu uma investigação contra Omurbek Babanov, acusado de lançar apelos para derrubar a ordem constitucional durante a campanha eleitoral.
As autoridades judiciais acusaram Babanov de ter instigado, durante um comício, a minoria uzbeque que vive no sul do país "à desobediência e ao derrube do poder".
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