Crise dos rohingya invocada por vários países em fórum ministerial Ásia-Europa

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Porto Canal com Lusa

Naypyidaw, 21 nov (Lusa) -- Vários participantes da 13.ª conferência ministerial do fórum de cooperação Ásia-Europa (ASEM) invocaram a crise das centenas de milhares de rohingya que fugiram da Birmânia para o Bangladesh, indicaram hoje fontes diplomáticas à agência noticiosa espanhola Efe.

Bangladesh, Malásia e Indonésia figuram entre os países que destacaram no plenário a necessidade de se aplicar a recomendação da ONU para tratar do regresso dos deslocados da Birmânia através de um processo de negociação entre os governos de Daca e Naypyidaw.

Esses três países, de maioria muçulmana, credo que professam os rohingya, referiram-se aos refugiados como "deslocados" sem os identificar como membros daquela minoria perseguida na Birmânia, cujas autoridades não reconhecem como cidadãos do país.

A chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, que assiste à conferência, emitiu na segunda-feira um comunicado em que também expressa o seu apoio à recomendação da ONU para canalizar um "regresso seguro" dos refugiados ao seu país de origem.

No texto, Mogherini pede o restabelecimento na Birmânia do "império da lei e a sua aplicação não-discriminatória".

A crise dos rohingya não vai constar, no entanto, da declaração final da reunião -- em que se encontram representados 51 países --, que termina hoje, devido à oposição da Birmânia, que acolhe o fórum ministerial, de acordo com as fontes citadas pela Efe.

Mais de 600 mil rohingya fugiram da violência da Birmânia para o Bangladesh em menos de três meses.

A crise dos rohingya estalou em 25 de agosto após um ataque de um grupo rebelde daquela minoria muçulmana contra instalações policiais no estado de Rakhine, no oeste da Birmânia, que foi seguido de uma vasta ofensiva militar, que fez pelo menos 400 mortos.

O governo birmanês assegurou que a violência foi desencadeada por "terroristas rohingya", mas o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos classificou a operação militar como "limpeza étnica".

Antes da campanha militar, os rohingya que habitavam no estado de Rakhine eram estimados em um milhão.

Um relatório da organização não-governamental de defesa dos Direitos Humanos Amnistia Internacional (AI) considerou que as autoridades da Birmânia estão a aplicar um sistema comparável ao 'apartheid' ao povo rohingya no estado de Rakhine, descrito como uma "prisão a céu aberto" onde acontece todo o tipo de atrocidades.

De acordo com Anna Neistat, diretora de investigação da AI, "as autoridades de Myanmar estão a manter segregadas e intimidadas as mulheres, os homens e as crianças rohingya num sistema desumano de 'apartheid'", no qual os seus "direitos são violados diariamente".

"O estado de Rakhine é uma cena de crime. Este já era o caso antes da horrorosa campanha militar de violência dos últimos três meses. Este sistema abjeto de discriminação e segregação está em todos os aspetos da vida dos rohingyas e, caso não sejam tomadas medidas imediatas para o desmantelar, vai manter-se muito para lá do fim da campanha militar", salientou Anna Neistat.

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