"Défice é desculpa para empobrecimento do país", segundo o BE
Porto Canal / Agências
Lisboa, 27 dez (Lusa) - A deputada do BE Mariana Mortágua defendeu hoje que o "défice é a desculpa de que o Governo precisa para impor o empobrecimento do país", após o Instituto Nacional de Estatística (INE) publicar dados sobre o défice orçamental.
"Independentemente da austeridade que este Governo impõe, aliás quanto mais austeridade impõe, pior é a consolidação orçamental. Só podemos tirar uma conclusão: o objetivo da austeridade não é consolidar o défice, o défice é a desculpa de que este Governo precisa para impor um plano de empobrecimento ao país, para fazer as pessoas aceitarem os cortes salariais, as alterações ao código laboral, toda esta austeridade", afirmou, na Assembleia da República.
Segundo o INE, o défice orçamental atingiu os 5,9 por cento nos primeiros três trimestres do ano, uma redução de 0,2 pontos percentuais quando comparado com o défice registado no final de setembro de 2012.
"Em 2012, a meta do défice era 4,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Foram impostos nove mil milhões (de euros) de austeridade neste país, em subidas de impostos, cortes salariais. O défice, em vez de ficar nos 4,4, ficou nos 6,4 por cento do PIB. Em 2013, a meta era 4,5 por cento do PIB. Em nome desse ajustamento, foram impostos cinco mil milhões (de euros) de austeridade. A meta passou depois para 5,5. O primeiro-ministro veio depois dizer que era 5,9", descreveu a parlamentar bloquista.
Mariana Mortágua frisou depois que, face aos números revelados pelo INE, "o défice é praticamente o mesmo que existia em igual período no ano anterior, que era 6,1 por cento do PIB".
Nas Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional hoje publicadas, o INE indica que o défice em contabilidade nacional, a que conta para Bruxelas no apuramento do défice anual, atingiu os 7.165,6 milhões de euros no final dos três primeiros trimestres deste ano, menos 396 milhões de euros que o que registava nos primeiros três meses de 2012, altura em que o défice se fixava nos 6,1 por cento do PIB.
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