Comissão de inquérito guineense sobre incidente com a TAP terá conclusões até quarta-feira - Governo
Porto Canal / Agências
Bissau, 13 dez (Lusa) - Uma comissão de inquérito criada pelo Governo de transição da Guiné-Bissau tem até quarta-feira para esclarecer o incidente que levou à suspensão dos voos da TAP entre Lisboa e a capital guineense, disse hoje fonte governamental à agência Lusa.
A comissão foi criada por despacho do primeiro-ministro de transição, Rui de Barros, e é composta por três elementos: o ministro da Justiça, Saido Baldé (que preside à comissão), um representante do Ministério dos Transportes e outro do gabinete do chefe de Governo.
De fora ficaram representantes dos ministérios do Interior (que tutela a segurança) e dos Negócios Estrangeiros, "por se considerar que já estão implicados no processo", explicou Saido Baldé à agência Lusa.
De acordo com aquele governante, "a comissão reuniu-se hoje pela primeira vez" e, de acordo com o despacho, deverá produzir resultados "no prazo de 48 horas, a contar a partir de segunda-feira", ou seja, até quarta, dia 18.
A tripulação do voo Bissau - Lisboa de terça-feira foi obrigada por autoridades guineenses a descolar com 74 passageiros portadores de passaportes falsos, mesmo depois de detetado o problema, o que levou a companhia a suspender os voos entre os dois países.
A situação levou hoje ao pedido de demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros, Delfim da Silva, que responsabiliza "gente ligada à imigração e segurança".
"Há cumplicidades", sublinhou à agência Lusa, depois de na quinta-feira ter considerado o caso como um incidente lamentável que não interessa à Guiné-Bissau.
"Para aquela gente passar aqui uns dias e depois ir para Lisboa como foi é porque houve cumplicidade entre pessoas que tinham a obrigação de proteger o país e não protegeram", referiu Delfim da Silva.
A agência Lusa contactou o ministro do Interior, Suka N'Tchama, mas este escusou-se a falar sobre o assunto, remetendo quaisquer declarações para o porta-voz do Governo de transição, o ministro de Estado Fernando Vaz.
Vaz mantém a mesma posição expressa à Lusa na quarta-feira: "o Governo vai aguardar pela conclusão das averiguações" para depois se "posicionar".
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