Jerónimo de Sousa sugere debate ao PM no dia das mentiras

Jerónimo de Sousa sugere debate ao PM no dia das mentiras
| Política
Porto Canal

O secretário-geral do PCP sugeriu hoje ao primeiro-ministro alterar o debate quinzenal para o dia das mentiras, pedindo a Passos Coelho para falar verdade, enquanto o líder do executivo reforçou a existência de "sinais positivos" na economia.

"Escolheu bem o dia, uma sexta-feira 13, mas digo-lhe uma coisa, acerte melhor o debate para 01 de abril, dia das mentiras", ironizou Jerónimo de Sousa, elencando o crescimento do desemprego, da dívida externa e do défice orçamental como resultados das políticas de austeridade seguidas pelo Governo da maioria PSD/CDS-PP e acordadas com a 'troika'.

Para Passos Coelho, "o país está a caminhar para encerrar o seu programa de assistência económico-financeira", obviamente com um "preço social desta crise muito elevado".

"Nunca me ouviu desconsiderar a situação difícil que o país vive. Com certeza, que é um drama. Não é, com certeza, o céu na terra, mas não ando no país a dizer que vivemos no paraíso", afirmou o primeiro-ministro, sublinhando que há que "valorizar os sinais positivos alcançados".

O líder comunista salientou o crescimento das 25 maiores fortunas em Portugal face ao crescimento do número de portugueses na pobreza ou em risco de pobreza para cerca de 2.700 milhões.

"Ainda se atreve a vir aqui dizer que os sacrifícios têm sido equitativos? Ainda ontem [quinta-feira] confirmou que o saque às pensões e aos salários é para continuar... o mesmo Governo que se preparar para despedir milhares de funcionários públicos, colocando-os na incubadora da mobilidade ou 600 trabalhadores dos estaleiros de Viana, como acerta a cara com a careta quando é autor material de despedimentos?", questionou Jerónimo de Sousa.

Passos Coelho afirmou que o executivo que lidera não está "a fazer nenhum milagre", mas a conduzir Portugal para ser um país "mais justo nos próximos anos".

"Estou a fazer todos os dias alguma coisa para que esta situação se altere. Aproveitam estes debates para enfatizar os males da crise e não aquilo que nos pode fazer sair dela", criticou Passos Coelho, referindo-se aos partidos da oposição.

Para Jerónimo de Sousa, o que diferencia oposição do Governo é que os responsáveis da tutela "recusam a realidade" e estão "a demolir vidas".

"Fala nos sacrifícios, nas dificuldades, com aquela compreensão beata, dos 'coitadinhos'. Ninguém acredita que vai surgir dessas cinzas que vocês estão a produzir, como uma fénix renascida, uma solução para o país", afirmou Jerónimo de Sousa, elogiando "outro crescimento - o da luta e do protesto, que irá culminar na demissão do Governo e em eleições antecipadas".

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