CGD "já foi melhor a dialogar com as PME's"
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 20 abr (Lusa) -- A Caixa Geral de Depósitos "já foi muito melhor do que é agora a dialogar com as PME's (Pequenas e Médias Empresas", constatou hoje Rafael Campos Pereira, da associação representante dos industriais metalúrgicos e metalomecânicos.
"Infelizmente a Caixa, neste momento, está com processos internos de reorganização e reestruturação e não parece que a curto prazo ocupe o papel [de financiamento de PME's]. Esperamos que o faça", afirmou à agência Lusa, o dirigente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP).
Na sua intervenção no Fórum da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting sobre os desafios da indústria portuguesa, Rafael Campos Pereira lamentou a falta do BES, que "compreendia muito bem as PME's"
"O BES era um banco com uma estrutura grande e com uma estrutura muito enraizada de PME's e os vários níveis de direção do BES, já não provavelmente os altos níveis de direção, compreendiam muito bem as PME's", que "sentem a falta" do banco, porque o Novo Banco ainda não substitui o BES nesse papel.
O dirigente notou que no "novo panorama de uma banca em forte contenção e muito debilitada com o desaparecimento de algumas marcas fortes" as melhores empresas têm facilidade em financiar-se, enquanto "muitas das empresas com potencial, mas que não estão de forma tão visível com saúde financeira, têm mais dificuldade".
Segundo o empresário, os bancos ao não compreenderem bem "a realidade típica das PME" podem ter "critérios mais restritivos na concessão de crédito e, dessa forma, podem potenciar a recusa de crédito a empresas que são totalmente viáveis e com grande potencial".
O Governo e o Banco de Portugal assinaram em março um acordo com o fundo norte-americano Lone Star para a venda de 75% do Novo Banco, criado após a resolução do BES, mantendo o Fundo de Resolução os 25% de participação restantes.
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