Madrid, 07 abr (Lusa) -- O Governo espanhol considerou hoje que o bombardeamento dos Estados Unidos contra uma base aérea síria "é uma resposta medida e proporcionada" à utilização pelas forças armadas sírias de armas químicas contra a população civil do país.

O Executivo de Mariano Rajoy acrescentou, através de um comunicado, citado pela agência espanhola Efe, que a operação dos Estados Unidos "é uma ação limitada no seu objetivo e meios" e sublinhou que se tratou de um ataque contra uma base militar, "não contra objetivos civis".

Madrid fez ainda saber que mantém uma "sólida lealdade" em relação aos seus aliados e é defensora de uma "ação internacional concertada", pelo que lamenta que o bloqueio do Conselho de Segurança das Nações Unidas em relação ao conflito da Síria não a tenha permitido.

Em contramão com as declarações do Governo espanhol, o responsável pelas relações internacionais do Podemos, Pablo Bustunduy, manifestou a "condenação de um ataque militar que viola o direito internacional, que se faz sem o apoio das Nações Unidas" e que "apenas vai contribuir para a espiral de violência indescritível que o povo sírio vem a sofrer há seis anos".

O mesmo responsável disse ainda que o Podemos está tanto mais preocupado quanto "parece que os porta-aviões [norte-americanos] a partir dos quais se lançaram os ataques têm a sua base em Rota", a base naval espanhola na Andaluzia, o que o partido considera "da máxima gravidade".

Nesse sentido, o Podemos pediu ao Governo espanhol que esclareça "se teve conhecimento de que os ataques iriam ser levados a cabo e se, tendo tido conhecimento, os aprovou ou apoiou por ação ou omissão".

"Não seria a primeira vez que o Governo apoia aventuras belicistas unilaterais por parte do Governo dos Estados Unidos", acrescentou.

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