EUA aprovam asilo político para jovem dissidente de Singapura

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Porto Canal com Lusa

Singapura, 25 mar (Lusa) -- O jovem de Singapura Amos Yee, detido duas vezes por insultar o falecido líder da cidade-estado Lee Kuan Yew e grupos religiosos, viu o seu pedido de asilo político aprovado pelos Estados Unidos, informou hoje a sua advogada.

Amos Yee, de 18 anos, chocou Singapura em março de 2015 ao publicar um vídeo repleto de palavrões em que atacava Lee, numa altura em que a morte do fundador e antigo primeiro-ministro da cidade-estado gerava amplas manifestações de pesar.

O jovem foi detido durante quatro semanas por ferir a religiosidade dos cristãos ao publicar uma imagem obscena como parte dos seus ataques a Lee, mas acabou por cumprir 50 dias por ter violado as condições da fiança.

Amos Yee foi detido novamente em 2016 durante seis semanas por insultar muçulmanos e cristãos numa série de vídeos publicados online, apesar de críticas de que o verdadeiro motivo da sua detenção era silenciá-lo.

A advogada de Yee, Sandra Grossman, da firma norte-americana Grossman Law LLC, disse em comunicado que o juiz Samuel B. Cole autorizou o pedido de asilo do seu cliente.

"Yee (...) demonstrou que sofreu perseguições no passado devido às suas opiniões políticas e tem um fundamentado receio de perseguições futuras em Singapura. Este tribunal aprova o seu pedido de asilo", disse o juiz na sua decisão, a que a agência AFP teve acesso.

O juiz disse que as provas apresentadas durante a audiência "demonstram que a perseguição de Singapura a Yee foi um pretexto para silenciar as suas opiniões políticas críticas do Governo de Singapura".

Samuel B. Cole descreveu Yee como um "jovem dissidente político".

Não houve ainda reação do Governo singapuriano.

O Departamento de Segurança Interna norte-americano tinha-se oposto ao pedido de asilo de Yee, alegando que o jovem estava a ser legalmente acusado pelo Governo de Singapura.

Yee foi detido pelas autoridades norte-americanas depois de chegar ao aeroporto de Chicago em dezembro.

Na altura, Phil Robertson, da Human Rights Watch, disse que Yee era um "clássico dissidente político" que merecia asilo.

Segundo Robertson, Singapura "sujeitou Amos Yee a um padrão continuado de perseguição, incluindo intimidação e detenção, por expressar publicamente as suas opiniões sobre política e religião".

No vídeo em que ataca Lee, Yee compara o antigo líder a Jesus, dizendo que "são os dois sedentos de poder e maldosos, mas enganam os outros fazendo-os pensar que têm compaixão e são bons".

O vídeo foi visto centenas de vezes antes de ser retirado da página de YouTube de Yee.

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