Presidente Conselho Europeu destaca papel essencial na adesão à UE
Porto Canal com Lusa
Bruxelas, 08 jan (Lusa) -- O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, manifestou-se hoje "profundamente sentido" com a morte de Mário Soares, destacando o seu "papel essencial" na consolidação da democracia portuguesa e "como impulsionador da adesão de Portugal" à União Europeia.
Numa mensagem de condolências enviada ao primeiro-ministro, António Costa, e que pede que seja estendida à família de Mário Soares e ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente do Conselho Europeu aponta que ficou "profundamente sentido ao tomar conhecimento do falecimento de Mário Soares", sendo este o momento de lamentar a sua perda e "refletir sobre a sua vida política".
"Recordo o papel essencial que Mário Soares desempenhou na consolidação da democracia portuguesa - enquanto primeiro chefe de governo constitucionalmente eleito, e Presidente da República - e como impulsionador da adesão de Portugal às Comunidades Europeias", escreve Tusk na mensagem enviada hoje a António Costa e divulgada em Bruxelas.
Na véspera, também os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e do Parlamento Europeu, Martin Schulz, expressaram as condolências pela morte de Mário Soares, recordando igualmente o seu papel no processo de democratização e integração europeia de Portugal.
Mário Soares morreu no sábado no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.
O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.
O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos a partir das 13:00 de segunda-feira, e o funeral realiza-se a partir das 15:30 de terça-feira, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.
Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.
Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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