"Desaparece a grande referência histórica da democracia portuguesa" - Observatório de Imprensa
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 07 jan (Lusa) - O presidente do Observatório de Imprensa, Joaquim Vieira, disse hoje que o contributo de Mário Soares no "perfil de Portugal" foi maior do que o de qualquer outro político, considerando que "desaparece a grande referência histórica da democracia".
"Nós temos hoje um país que é uma democracia e é um país integrado na União Europeia e o contributo que Mário Soares deu para a definição e perfil de Portugal, tal como ele é hoje, é inquestionável", afirmou o presidente do Observatório de Imprensa, em declarações à agência Lusa.
Joaquim Vieira justificou a "referência histórica" de Mário Soares pelo "papel que desempenhou, pela intervenção, por ter liderado os dois primeiros governos constitucionais, por ter sido o primeiro presidente civil eleito em Portugal e por ter exercido um mandato numa espécie de presidente/Rei".
No entanto, o presidente do Observatório de Imprensa considera que os dois contributos principais do ex-Presidente da República podem resumir-se em duas palavras, que considera terem sido essenciais na sua estratégia política: "democracia e Europa".
Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.
O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.
Soares desempenhou os mais altos cargos no país, e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.
Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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