Constâncio lamenta perda do "maior político português do século XX"
Porto Canal com Lusa
Redação, 07 jan (Lusa) -- O antigo secretário-geral do Partido Socialista e atual vice-presidente do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio, lamentou hoje a morte de Mário Soares como a perda do "maior político português do século XX".
Numa declaração escrita enviada à Lusa, Constâncio sublinhou que "democracia e participação no projeto europeu foram as ideias mestras pelas quais se bateu toda uma vida e que felizmente (...) conseguiu realizar", esperando "que o país lhe saiba agradecer devidamente".
"Pessoalmente, sinto a sua perda como a de um amigo que marcou a minha vida e que assim sempre recordarei", referiu Vítor Constâncio, que foi ministro das Finanças do então primeiro-ministro Mário Soares em 1978.
O antigo governador do Banco de Portugal realçou que Mário Soares foi o mais influente político "nos destinos estruturantes da modernidade" do país.
Mário Soares morreu hoje, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.
O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.
Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros após a revolução do 25 de Abril de 1974.
Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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