Abriu a porta da política à cultura em Portugal - Artista Leonel Moura
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 07 jan (Lusa) - O artista plástico Leonel Moura sublinhou hoje que o estadista Mário Soares, falecido aos 92 anos, em Lisboa, "abriu a porta da política à cultura, e à importância das artes", em Portugal.
Contactado pela agência Lusa, sobre o falecimento do ex-presidente da República, Leonel Moura, que pintou o retrato de Mário Soares nos anos 1980, descreveu-o como "o pai da democracia" portuguesa.
Mário Soares morreu hoje, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado há 26 dias, desde 13 de dezembro.
O retrato de Mário Soares de grandes dimensões, pintado por Leonel Moura, encontra-se atualmente no salão nobre da sede do PS, em Lisboa.
"Conheci-o bastante bem, embora fossemos de gerações muito diferentes. Foi por causa dele que vim da Holanda para Portugal, depois do 25 de Abril, quando a liberdade chegou finalmente ao país", recordou o artista, que, nas últimas décadas, se dedica à área da bioarte.
Leonel Moura sublinhou que Mário Soares "era uma pessoa muito culta e apreciador das artes, o que era muito significativo para um artista". "Foi ele que abriu a porta da política à cultura e às artes, em Portugal".
"Por outro lado, era afável e muito positivo face à vida, o que era importante para os portugueses, na altura, e perante as novas gerações", acrescentou.
Na sequência do anúncio do falecimento do ex-presidente, o Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.
Soares desempenhou os mais altos cargos no país e a sua vida confunde-se com a própria história da democracia portuguesa: combateu a ditadura, foi fundador do PS e Presidente da República.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares foi fundador e primeiro líder do PS, e ministro dos Negócios Estrangeiros, após a revolução do 25 de Abril de 1974.
Primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, foi Soares a pedir a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e a assinar o respetivo tratado, em 1985. Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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