Draghi garante que BCE não discutiu retirada de estímulos na zona euro

| Economia
Porto Canal com Lusa

Frankfurt, Alemanha, 08 dez (Lusa) -- O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, garantiu hoje, em Frankfurt, que o Conselho de Governadores da instituição não discutiu uma eventual retirada gradual dos estímulos monetários na zona euro.

"O afunilamento (dos estímulos) não foi discutido hoje", disse, após o BCE ter anunciado a decisão de prolongar até final de 2017 o programa de compra de dívida pública, mas com um abrandamento mensal a partir de abril próximo (60 mil milhões de compras por mês, contra os atuais 80 mil milhões).

Tal como o comunicado divulgado pouco antes pelo BCE anunciava, Draghi sublinhou também que pode aumentar o programa de compra de ativos ou prolongá-lo no tempo, de "uma forma pragmática e flexível", se isso for necessário para garantir a solidez da moeda única e garantir uma inflação perto de 2%, que de acordo com as previsões hoje atualizadas pela instituição não sucederá antes de 2020.

Confrontado durante a conferência de imprensa com as críticas de que as suas decisões visam ajudar os "países do sul", e designadamente a Itália, o responsável italiano riu-se e disse que "a resposta é obviamente que não".

"Acho que já demos muitas provas de que a política do BCE antes de mais é decidida pelo Conselho de Governadores e que não estamos cá enquanto representantes dos nossos países. Estamos na nossa capacidade pessoal e o nosso mandato não é para perseguir algum género de objetivos nacionais mas sim o objetivo da estabilidade de preços para o conjunto da zona euro", afirmou.

O BCE prevê injetar 540 mil milhões de euros na economia entre abril e dezembro do próximo ano, na esperança de que o 'novo dinheiro' suba a inflação, atualmente em 0,6%, estimulando os negócios, para além de manter os mercados financeiros serenos, em vésperas de eleições na Holanda e em França, no próximo ano.

Para além destas questões económicas, o BCE enfrenta também uma possível turbulência política resultante da saída do Reino Unido da União Europeia, da demissão do primeiro-ministro italiano e da 'força' que a eleição de Donald Trump poderá dar aos movimentos críticos das elites e da União Europeia.

O programa de compra de ativos, compostos principalmente por títulos de dívida pública, serve essencialmente para impulsionar a inflação, aumentando a oferta de dinheiro para o sistema financeiro, na esperança de que isso empurre os bancos a emprestar mais dinheiro e assim fomentar a atividade empresarial, originando mais negócios, empregos e riqueza.

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