Maputo, 01 nov (Lusa) - Oito ex-guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição moçambicana, foram capturados pelo exército moçambicano na quinta-feira, durante uma perseguição, no distrito de Rapale, norte de Moçambique, noticiou hoje o canal STV.

Segundo a emissora, os ex-guerrilheiros capturados fazem parte de um grupo de 18 homens armados da Renamo que guarneciam a casa do líder do movimento, Afonso Dhlakama, na cidade de Nampula e que "saíram secretamente" do local.

O grupo abandonou a residência no passado dia 22, um dia após as forças de defesa e segurança moçambicanas terem expulsado Afonso Dhlakama da base onde vivia há mais de um ano na província de Sofala, centro do país, durante uma ofensiva militar.

Em declarações à STV, um dos ex-guerrilheiros capturados pelo exército, Gasten Vasco, afirmou que os 18 guardas armados da residência de Afonso Dhlakama abandonaram a casa por ordem de um quadro militar da Renamo conhecido por "major Magaia".

"Partimos a pé à noite, mas os nossos uniformes, comida e armas AK-47 foram levados de carro", disse Gasten Vasco.

Outro antigo guerrilheiro igualmente sob custódia das autoridades, Valentim António, afirmou que deixou a casa de Afonso Dhlakama numa viatura, por ordens do chefe do grupo da Renamo na Assembleia Provincial de Nampula, Pinoca Luxo, que disse que iam a uma reunião.

As autoridades moçambicanas acusam os homens armados da Renamo de terem matado um motorista de um camião e incendiado o veículo, raptando 10 passageiros que seguiam no mesmo.

Moçambique vive a mais grave tensão político-militar desde a assinatura do acordo de paz, em 1992, que acabou com 16 anos de guerra civil.

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