Sem entrada de capital a CGD não podia continuar - Manuel Sebastião

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 29 jun (Lusa) - O ex-administrador do Banco de Portugal, Manuel Sebastião, afirmou hoje que sem entrada de capital a Caixa Geral de Depósitos (CGD) não poderia continuar a sua atividade e considerou o plano do Governo do "interesse" da gestão do banco.

"A CGD, sem entrada de capital, não podia continuar. Percebe-se que há um problema, o dinheiro que vai ser injetado não é de mais nem de menos, mas para fazer da CGD um banco viável", disse o antigo administrador do Banco de Portugal.

O atual administrador da REN, que falava esta tarde num colóquio sobre "Financiamento do Crescimento: Desafios e Ameaças da União Bancária", em Lisboa, assinalou que a atual situação da CGD demonstra a existência de "um grande problema" que "tem de ser muito bem pensado" e que exige "uma solução que ataque o problema globalmente".

"Não podemos resolver problemas complicados com remendos. Noutros processos isso fez-se e parece-me que o plano da CGD, através da sua reestruturação, é aquilo que eu penso ser do interesse da gestão do banco", considerou Manuel Sebastião.

E rematou: "A minha expetativa é grande relativamente à CGD".

Já o economista João Salgueiro, que também participa neste colóquio, considerou que a situação da CGD deve ser resolvida "com eficácia e com clareza", uma vez que, "associado ao aumento de capital, vai haver condicionalidade, e é preciso saber quais sãos os negócios que se vão fazer com essa condicionalidade".

A CGD tem estado nas últimas semanas no centro do debate político e económico.

A constituição de uma comissão de inquérito sobre a CGD, proposta pelo PSD e CDS-PP foi aceite na sexta-feira pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, depois de ter enviado para o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR), por dúvidas de legalidade, a versão inicial do requerimento.

Hoje, em conferência de líderes, foi marcada a posse da comissão para a próxima terça-feira.

Quanto à recapitalização do banco público, considerada fundamental, a imprensa tem referido valores da ordem dos 4.000 milhões de euros. No entanto, o valor da injeção de capital ainda não é conhecido formalmente e estão a decorrer negociações entre o Governo e a Comissão Europeia.

Em 2015, o banco teve 171,5 milhões de euros de prejuízos.

SMS (IM)// ATR

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