Ataque terrorista é hipótese mais provável, dizem especialistas

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Porto Canal com Lusa

Paris, 19 mai (Lusa) -- Vários cenários podem explicar o desaparecimento hoje do avião A320 da Egyptair que fazia a ligação entre Paris e o Cairo, mas especialistas dizem que um ataque terrorista é o mais provável.

Quer a França quer o Egito têm sido recentemente alvos dos extremistas islâmicos.

Em outubro, o grupo fundamentalista Estado Islâmico reivindicou o bombardeamento de um avião A321 da companhia russa Metrojet, que caiu no deserto do Sinai quando fazia a ligação entre a estância turística de Sharm el-Sheikh e São Petersburgo, matando 224 passageiros e a tripulação.

Segundo peritos, as possibilidades de uma avaria mecânica no caso do desaparecimento hoje do voo MS804 da EgyptAir são poucas.

"Uma falha técnica grave -- a explosão de um motor, por exemplo -- parece improvável", disse o especialista em aeronáutica Gérard Feldzer, sublinhando que o A320 em questão era "relativamente novo", tendo entrado ao serviço em 2003.

Além disso, o A320 é considerado um aparelho fiável. "É o avião de passageiros de médio alcance mais vendido no mundo, a todos os 30 segundos há um A320 que aterra ou descola", adiantou Feldzer.

Trata-se de "um avião moderno, o incidente ocorreu em pleno voo em condições extremamente estáveis. A qualidade da manutenção e do avião não estão em causa neste incidente", reforçou Jean-Paul Troadec, antigo diretor do Gabinete de Inquéritos e Análises para a segurança da aviação civil de França, à rádio Europe 1.

Troadec assinalou ainda que a EgyptAir "é uma companhia que está autorizada a servir a Europa, não está na lista negra".

Os peritos consideram igualmente improvável que o avião tenha sido atingido do solo, como foi o caso do voo 17 da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia em julho de 2014, ou do mar, como ocorreu em julho de 1988 quando a marinha norte-americana fez explodir por engano um avião de passageiros da Iran Air.

O avião da Egyptair estava a voar a 37.000 pés e desapareceu a cerca de 130 milhas náuticas da ilha grega de Karpathos, o que o coloca fora do alcance dos lança-mísseis portáteis utilizados por vários grupos combatentes no Médio Oriente.

"Não podemos excluir a possibilidade de ter sido atingido por engano por outro avião, mas provavelmente já saberíamos", disse Feldzer, adiantando que a região à volta do norte do Egito, incluindo as costas de Israel e da faixa de Gaza, é "uma das mais vigiadas regiões do mundo, também por satélite".

"Seria muito difícil esconder este tipo de informação", disse ainda.

Se for determinado ter-se tratado de uma bomba, a questão para os investigadores será como é que o dispositivo foi levado para um avião que descolou do aeroporto mais movimentado de França, o Charles de Gaulle em Paris, onde o alerta de segurança é elevado desde os ataques terroristas do ano passado na capital francesa.

"A primeira coisa a fazer é recuperar destroços que nos darão algumas indicações sobre o acidente... se houve uma explosão, pode haver talvez vestígios de explosivos", disse Troadec.

PAL // APN

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