Comité de especialistas vai rever práticas financeiras e jurídicas

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Porto Canal com Lusa

Cidade do Panamá, 07 abr (Lusa) -- O Governo do Panamá anunciou na quarta-feira a criação de "um comité independente de especialistas" para "avaliar as práticas vigentes" e propor "medidas para reforçar a transparência dos sistemas financeiros e jurídicos" do país.

O Panamá "partilhará com outros países do mundo" as medidas que vão ser recomendadas por especialistas "nacionais e estrangeiros" para fortalecer a transparência dos sistemas financeiros e jurídicos, afirmou o Presidente do Panamá, ao referir-se, numa alocução ao país, ao escândalo dos "Papéis do Panamá".

Juan Carlos Varela reconheceu que apesar dos "passos decisivos a favor da transparência e fortalecimento" do sistema financeiro e da plataforma de serviços do Panamá dados pelo seu Governo, o país tem de "continuar a avançar na agenda de Estado", traçada para proteger as suas instituições.

Sublinhou que os denominados "Papéis do Panamá" "não são um problema" do Panamá, "mas de muitos países cujas estruturas são, todavia, vulneráveis para ser utilizadas para atividades que não são para o bem comum dos cidadãos".

"Não vamos permitir que esta situação mediática nos defina como país. Os Governos sérios e responsáveis não negoceiam a adoção de obrigações internacionais através dos meios de comunicação mas através da diplomacia, de um diálogo sério, responsável e construtivo", sustentou o Presidente do Panamá.

Juan Carlos Varela indicou que deu instruções à ministra dos Negócios Estrangeiros, Isabel De Saint Malo de Alvarado, para que "contacte países membros do Fórum Global e reitere diante da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)" a disponibilidade do Panamá para "dialogar, com respeito, a fim de se alcançarem acordos que contribuam para o desenvolvimento económico dos países".

Os "Papéis do Panamá" são o resultado da maior investigação jornalística da história e foi divulgada no domingo, pelos membros do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington.

Na investigação são destacados os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.

A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas 'offshore' em mais de 200 países e territórios.

A partir dos "Papéis do Panamá" ('Panama Papers', em inglês), a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em 'offshores' e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, incluindo o rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.

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