Marés Vivas terá sistema para anular ruído na reserva do Estuário do Douro
Porto Canal com Lusa
Vila Nova de Gaia, 05 abr (Lusa) - A promotora do festival Marés Vivas garantiu hoje que irá aplicar as recomendações do ministério do Ambiente para minimizar o impacto do evento e irá instalar um sistema de som capaz de anular o ruído no Estuário do Douro.
"O investimento no sistema de som será mais elevado este ano para anular na totalidade o ruído na reserva" Natural do Estuário do Douro, afirmou à Lusa Jorge Lopes, da PEV-Entertainment.
No dia em que foi conhecido o "Relatório de Progresso" da Comissão de Acompanhamento do Festival Marés Vivas, criada pelo Ministério do Ambiente, o responsável admitiu ter ficado "mais descansado com uma opinião técnica de que o evento não traz problemas à zona" onde ser irá realizar.
"Estamos mais descansados e vamos poder trabalhar mais afincadamente", assinalou, garantindo que, por parte da promotora, a realização do evento em Gaia "nunca esteve em causa".
A Câmara de Gaia divulgou hoje ter sido confirmada pelo Ministério do Ambiente a "viabilidade da realização" do festival Marés Vivas junto ao Estuário do Douro, no futuro Parque Urbano de S. Paio, em Canidelo.
A realização do evento fica sujeita, contudo, a algumas medidas e "exigências que o festival terá de cumprir" para assegurar "uma coabitação com os valores ambientais e uma verdadeira valorização da importância da Reserva Natural Local do Estuário do Douro".
Uma grande parte das recomendações vertidas no relatório, a que hoje a Lusa teve acesso, prende-se com o ruído, visto como "um dos fatores que maior impacto negativo poderá ter para" a reserva.
Entre as medidas definidas para minimizar o impacto do evento no estuário do Douro estão a simulação do ruído, a colocação de mecanismo de absorção acústica, antecipação do evento em meia hora, a instalação de um limitador sonoro e a implementação de um plano de monitorização do ruído proveniente do festival.
Já ao nível do impacto causado pelos próprios festivaleiros, a comissão defende a criação de "zonas tampão" de acesso direto ao estuário, medidas que condicionem o acesso e integração de diversos meios de transporte para minimizar a utilização de veículos automóveis.
A comissão de acompanhamento (formada pelo ICNF, APA e câmara de Gaia) considera ainda "primordial" a realização de um plano de gestão de resíduos e, como medida complementar de valorização do estuário, sugere a criação de uma cortina verde entre a ciclovia e a reserva para "garantir para futuro uma barreira visua".
Para Jorge Lopes, "sempre foi uma preocupação" da organização causar o menor impacto possível na zona envolvente ao festival e que as contingências apresentadas no relatório são "questões pacíficas".
"Jamais iríamos para este local no caso de ter implicações negativas", realçou, admitindo que, e para manter em Gaia um festival de Gaia, estavam a ser estudadas outras hipóteses de locais que pudessem acolher o evento.
A preparar-se para a sua 14.ª edição, o Marés Vivas vai mesmo ter de mudar de lugar e deixar o anterior espaço, junto à Douro Marina, onde está prevista, e licenciada pelo anterior executivo, a construção de sete prédios que podem ter até cinco pisos.
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