Ministério do Ambiente dá luz verde ao Marés Vivas junto ao estuário do Douro

| Norte
Porto Canal com Lusa

Vila Nova de Gaia, Porto, 05 abr (Lusa) -- A Câmara de Gaia divulgou hoje ter sido confirmada pelo Ministério do Ambiente a "viabilidade da realização" do festival Marés Vivas junto ao Estuário do Douro onde serão implementadas medidas para minimizar o impacto do evento.

"Pela primeira vez na história da Reserva Natural Local do Estuário do Douro serão implementadas medidas de proteção e monitorização rigorosas que possibilitam a realização do evento em condições controladas, com supervisão científica e técnica independente", refere a autarquia em comunicado hoje divulgado.

Segundo a câmara, foi já apresentado o relatório inicial da Comissão de Acompanhamento do Festival - criada pelo Ministério do Ambiente - onde se "confirma a viabilidade de realização do festival Marés Vivas no Parque Urbano de S. Paio, em Canidelo".

A realização do evento fica sujeita, contudo, a algumas medidas e "exigências que o festival terá de cumprir" para assegurar "uma coabitação com os valores ambientais e uma verdadeira valorização da importância da Reserva Natural Local do Estuário do Douro".

"No que diz respeito à responsabilidade do Município de Vila Nova de Gaia, definimos um novo desenho para o Parque Urbano de S. Paio que retira do projeto inicial um conjunto de elementos que consideramos excessivos e que comprometeriam a utilização deste espaço com atividades, em nosso entender, prejudiciais para a vizinha reserva", explica.

A câmara decidiu, por isso, retirar do novo espaço verde o parque de campismo com 'bungalows' em madeira, o edifício de apoio, o campo de futebol e o parque automóvel previstos no projeto de 2005.

"Infelizmente, não parece ser possível evitar o impacto da pressão humana que os projetos licenciados em 2008 provocarão diariamente na zona da reserva, com cerca de 6.500 novos habitantes e um tráfego previsível de mais de quatro mil automóveis particulares por dia", alerta.

A Câmara de Gaia divulgou ainda pretender criar "uma estrutura que trabalhará no sentido de fortalecer a zona de proteção da Reserva Natural Local do Estuário do Douro, enquadrando nessa zona o próprio Parque Urbano de S. Paio".

No início de fevereiro a Quercus solicitou ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) um parecer sobre a legalidade e impactos ambientais do Festival Marés Vivas, alegando, entre outros, que o mesmo irá afetar as aves selvagens do estuário do Douro.

No final de março, o ICNF informou que a nova localização do festival Marés Vivas de Gaia está em ambiente urbano e não se encontra na proximidade de qualquer zona de proteção especial.

Contactada pela Lusa, a Quercus escusou-se a comentar para já o relatório inicial da comissão de acompanhamento do festival, criada no início do ano pelo Ministério do Ambiente.

A Lusa tentou ouvir a PEV Entertainment, empresa responsável pela organização do evento, mas tal não foi possível até ao momento.

A preparar-se para a sua 14.ª edição, o Marés Vivas vai mesmo ter de mudar de lugar e deixar o anterior espaço, junto à Douro Marina, onde está prevista, e licenciada pelo anterior executivo, a construção de sete prédios que podem ter até cinco pisos.

Para o primeiro dia do festival de 2016, a realizar-se entre os dias 14 e 16 de julho, foi já confirmada a atuação do músico britânico Elton John.

LIL // MSP

Lusa/Fim

+ notícias: Norte

Jovem detido por incendiar escola em Vila Real

Um jovem de 19 anos foi detido, esta terça- feira, pela Polícia judiciária(PJ) por suspeitas da prática de um crime de incêndio na Escola Básica 23 Diogo Cão, em Vila Real.

Câmara de Braga e condomínio julgados pela morte de três estudantes em 2014

O julgamento de uma ação de indemnização relacionada com a morte de três alunos da Universidade do Minho esmagados por um muro em 2014 arrancou hoje, sendo os réus a Câmara de Braga e uma empresa de condomínios.

Ponte móvel de Leixões vai encerrar durante mais de um ano para obras de modernização

A APDL - Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo publicou em Diário da República, esta quinta-feira, um concurso público para a modernização da Ponte móvel de Leixões. O prazo de execução é de 425 dias, o correspondente a 14 meses.