Portas expressa apoio e empenho a candidatura de Guterres às Nações Unidas
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 22 jan (Lusa) - O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, expressou hoje em nome dos centristas e a título pessoal o seu apoio e empenhamento na candidatura de António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas, salientando que há dificuldades nesse processo.
"A primeira condição para uma candidatura ser bem-sucedida é o consenso interno à volta do nome proposto e eu disse ao primeiro-ministro que o CDS evidentemente participaria desse consenso. Nós sabemos distinguir o que são controvérsias políticas do que são interesses permanentes do Estado português e por isso mesmo não quero deixar de dar esta palavra favorável, com o nosso empenhamento", afirmou Paulo Portas.
Falando aos jornalistas no parlamento, o líder centrista disse que, na conversa que manteve com o primeiro-ministro, por iniciativa deste, acerca da candidatura, lhe pareceu que "o Governo português estava consciente de que uma candidatura terá de fazer um longo trajeto e vencer uma série de etapas, que não é isenta de dificuldades".
"Também me parece evidente que o engenheiro António Guterres é, como europeu ocidental, um nome muito forte e saberá sempre honrar a imagem de Portugal lá fora", frisou.
Portas aludiu a "um conjunto de circunstâncias que não dependem apenas dos candidatos" e que fazem da próxima eleição do secretário-geral das Nações Unidas um processo não clássico de eleição pessoal e difícil para António Guterres.
"É preciso nomeadamente ter a disposição favorável do Conselho de Segurança, a não oposição dos membros permanentes do Conselho de Segurança e ter em atenção uma regra, que é mais um costume do que uma formalidade, em que essa eleição segue uma rotação continental e geográfica", sustentou.
O líder do CDS, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros, declarou ter sido "testemunha do elevado prestígio e apreço que existe pelo engenheiro António Guterres no âmbito da Nações Unidas, das suas agências e do seu corpo de servidores".
"O engenheiro António Guterres como alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, em circunstâncias internacionais muito exigentes, foi evidentemente notado e é aplaudido e reconhecido", afirmou.
O Governo anunciou hoje que a candidatura de António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas é "um imperativo" e destacou "a forma exemplar" como exerceu altos cargos internacionais, considerando que possui "as melhores condições" para este mandato.
Num comunicado divulgado hoje pelo ministério dos Negócios Estrangeiros, o executivo anuncia que vai apresentar a candidatura do engenheiro António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas.
"É nossa firme convicção que o engenheiro António Guterres é a personalidade com melhores condições para exercer esse mandato, correspondendo à necessidade de enfrentar os desafios que hoje se colocam à comunidade internacional", afirma a nota emitida pelo gabinete do ministro Augusto Santos Silva.
O Governo considera que a "longa experiência política" e "a forma exemplar" como o antigo primeiro-ministro socialista exerceu altos cargos internacionais "demonstram cabalmente os méritos desta candidatura, que o Governo entende constituir um imperativo, num tempo em que, mais do que em qualquer outro, o mundo se tem de mobilizar em torno da paz e do desenvolvimento".
António Guterres foi alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados durante dez anos, tendo terminado o mandato em final de 2015.
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