Trabalhadores dos estaleiros de Viana saem à rua a 04 de outubro contra subconcessão

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Porto Canal

Os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) aprovaram hoje a realização de uma manifestação pelas ruas daquela cidade a 04 de outubro, uma das medidas previstas para contestar o concurso da subconcessão da empresa.

A medida foi aprovada hoje por unanimidade, em reunião geral de trabalhadores, e prevê a participação de atuais e antigos operários, familiares e população num desfile pelas ruas da cidade, com partida dos estaleiros às 10:00 de 04 outubro, em direção à Praça da República.

A realização desta jornada de luta, contra o concurso da subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos ENVC, foi confirmada no final da reunião realizada na empresa pelo coordenador da União de Sindicatos de Viana do Castelo.

O objetivo, explicou Branco Viana, é "desmascarar" este concurso e os argumentos do Ministério da Defesa Nacional, além de explicar publicamente as consequências desta decisão para a empresa e para os 620 postos de trabalho.

Os trabalhadores, num plenário realizado em conjunto com o movimento sindical, decidiram ainda que todas as quintas-feiras de outubro terão lugar reuniões na empresa para "avaliar" os desenvolvimentos neste processo e definir novas formas de luta.

"Vamos continuar a defender até à exaustão esta empresa, que é estratégica para o país e para a região, e os postos de trabalho", disse, por seu turno, António Costa, coordenador da comissão de trabalhares dos estaleiros.

Todas estas iniciativas, acrescentaram ainda, terão lugar apenas depois das eleições autárquicas, para evitar o "aproveitamento político" deste processo.

O concurso para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos ENVC decorre até às 10:00 do dia 23 de setembro de 2013, data limite para a apresentação de propostas.

Segundo o programa de procedimento, a escolha do vencedor do concurso, já durante o mês de outubro, será feita apenas de acordo com dois critérios de avaliação e respetivos coeficientes de ponderação, ambos de cariz financeiro.

É o caso da renda anual proposta por cada concorrente pelos terrenos e infraestruturas a subconcessionar pela administração dos ENVC até 31 de março de 2031, que terá um peso de 70% na avaliação do júri.

O segundo item da avaliação prevê o pagamento de uma caução, que "não poderá ser inferior a 5% da soma das rendas anuais propostas durante todo o período da subconcessão", equivalente a 209 meses (17,42 anos) e cujo montante proposto representará 30% do peso da avaliação.

Este concurso envolve uma área total de 245.162 metros quadrados, prevendo o "exercício da indústria de construção e reparação de navios, podendo ainda ser utilizada para a instalação de indústria de fabricação de componentes para aerogeradores eólicos e para o exercício da indústria metalomecânica".

Trata-se da solução apresentada como alternativa à investigação da Comissão Europeia às ajudas públicas atribuídas aos ENVC entre 2006 e 2011, já que, segundo o entendimento do Governo, como a empresa não dispõe dos 181 milhões de euros - que terá de devolver ao Estado caso a investigação confirme as suspeitas de violação das regras da concorrência -, isso implica o seu encerramento.

Em paralelo, é lançado o concurso internacional para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas atuais, de forma a manter a atividade de construção naval no local.

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