Novas rendas em bairro de Guimarães são "incomportáveis" para os moradores - PCP

| Política
Porto Canal / Agências

Guimarães, 17 set (Lusa) - A deputada do PCP Carla Cruz questionou o Governo sobre os "aumentos brutais" das rendas no Bairro de Pevidém, em Gondar, Guimarães, alertando que os novos valores são "incomportáveis para a esmagadora maioria das famílias".

Em requerimento dirigido ao Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Carla Cruz sublinha que aquele bairro é habitado por agregados familiares com parcos recursos, havendo predominantemente reformados e pensionistas, desempregados e trabalhadores que auferem salários baixos.

Aquele bairro, pertencente ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), não teve, segundo a deputada comunista, qualquer obra de melhoramento nos últimos 20 anos.

Para Carla Cruz, a aplicação do novo regime resulta numa "desproporcionalidade" entre os recursos económicos das famílias e o valor de renda fixado, além de que os novos valores "atestam a não valoração de despesas com medicamentos decorrentes de doenças crónicas para o cálculo da renda a pagar".

"Constata-se também que as famílias que fizeram melhorias nas habitações foram ainda mais prejudicadas, dado que a renda foi agravada devido à valorização do critério de conforto", acrescenta.

No requerimento, pergunta ao Governo o porquê do aumento "exponencial" das rendas e que medidas prevê adotar face à eventualidade de as famílias não as conseguirem pagar.

Em abril, e perante uma situação do género num outro bairro de Guimarães, o presidente do IHRU, Vítor Reis, explicou que o que está em causa é a "reposição da verdade" em relação a valores que há décadas não eram atualizados.

"Os novos valores foram calculados em função dos rendimentos das famílias e não em função de qualquer obra", assegurou, sublinhando que é um processo que está a decorrer em todo o país.

Vítor Reis explicou que "no regime de renda apoiada, a renda é calculada em função da composição e dos rendimentos do agregado familiar", ou seja, "a renda varia conforme mudam os rendimentos dos agregados familiares".

O que, referiu, "leva a que as rendas tanto podem subir como podem descer".

"O que se pretende é que o valor das rendas a pagar reflita os rendimentos de cada agregado familiar, de forma a repor a verdade no apoio a estas famílias", esclareceu.

VCP (JYCR) // JGJ

Lusa/fim

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