Presidente da Águas de Portugal acredita em consenso dos partidos para o sector

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 11 nov (Lusa) - O presidente do grupo Águas de Portugal (AdP), Afonso Lobato de Faria, sublinhou hoje que tem havido "um pacto de cavalheiros" entre partidos para o setor da água nos últimos anos e acredita que assim será no futuro.

Questionado sobre uma eventual reversão da privatização da EGF, a 'sub-holding' do grupo AdP para o setor dos resíduos vendida no ano passado à Mota-Engil, e a possibilidade de ser travada a reestruturação do grupo Águas de Portugal (AdP), Afonso Lobato de Faria, defende que é necessário continuar a resolver problemas.

"Tem havido um pacto de cavalheiros entre todos os partidos no sentido de resolver problemas do setor da água e isso tem sido um sucesso. Tenho a certeza que no futuro vai continuar a ser assim, que vai haver bom senso, vai haver responsabilidade no sentido de resolver os enormes problemas que o setor ainda tem, nomeadamente na 'baixa' (distribuição de água ao cliente final)", declarou à Lusa, à margem da 10ª Expo Conferência da Água, organizada pelo jornal Água&Ambiente.

"Tenho plena confiança que quem estiver à frente do ministério do Ambiente irá concentrar-se em resolver os problemas graves que o setor ainda tem", enfatizou.

O PS prevê, no seu programa de governo, apoiado pelo Bloco de Esquerda e PCP, travar o processo de privatização da EGF, desde que não implique o pagamento de indemnizações ao concorrente escolhido, e reverter as fusões de empresas de água que tenham sido impostas aos municípios.

Lobato de Faria salientou que existem ainda, "infelizmente, sistemas municipais (...) de pequenas dimensões, com populações abaixo de 5 mil pessoas, que têm perdas acima de 50%", que só conseguirão ganhar capacidade de investimento se se juntarem a outros municípios para ganhar escala e tiverem uma lógica de recuperação dos custos.

Neste contexto, apontou a possibilidade de recorrer a financiamentos através do plano Juncker (um fundo europeu para investimentos estratégicos), que permite combinar os fundos comunitários com investimento privado desde que haja "racionalidade económica".

Apesar das dívidas de clientes ascenderem a 533 milhões e do défice tarifário ter atingido 590 milhões de euros no final do ano passado, Afonso Lobato de Faria garantiu que existem "boas notícias" em 2015 para a AdP, enaltecendo a decisão de resolver totalmente o défice tarifário acumulado em 25 anos.

A reorganização do grupo AdP foi concretizada no final de junho com a entrada em funcionamento das novas empresas do grupo, resultantes da fusão dos anteriores 19 sistemas multimunicipais em apenas cinco: Águas do Norte, Águas do Centro Litoral, Águas de Lisboa e Vale do Tejo, cujo sistema será operado pela EPAL, Águas Públicas do Alentejo e Águas do Algarve.

Mas ainda há 29 municípios, de um total de 199 envolvidos nesta reestruturação, que contestam o novo modelo organizativo em tribunal.

O presidente da AdP está confiante no desfecho dos processos e adiantou que, até agora, as decisões têm sido favoráveis à reestruturação das águas.

"Estamos tranquilos, confiantes de que este processo irá terminar com a aceitação de que este processo foi feito inteiramente dentro da lei", vincou.

Durante a sua intervenção, Afonso Lobato de Faria reafirmou que com a reestruturação, só 20% dos municípios vão ver a sua tarifa 'em alta' (cobrada pela AdP às câmaras) aumentar, enquanto os restantes 80% terão tarifas mais baixas, sendo os "dois grandes polos" da Grande Lisboa e Grande Porto a contribuir para que o resto do país possa descer.

Os aumentos começam a aplicar-se a partir de 01 de janeiro, subindo de forma gradual ao longo de um período de convergência de cinco anos. Caberá a cada autarquia decidir de que forma as variações tarifárias se vão repercutir nos munícipes.

RCR// ATR

Lusa/fim

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