A crise governamental portuguesa aos olhos do mundo

A crise governamental portuguesa aos olhos do mundo
| Política
Porto Canal (IYB)

Pedro Passos Coelho e António Costa são destaque em várias notícias internacionais, esta terça-feira, devido ao impasse político vivido em Portugal com o possível "derrube" do Governo de Coligação PSD/CDS-PP por parte da união de esquerda que pretende governar o país.

A discussão do programa do Governo PSD/CDS que terminará na votação de quatro moções de rejeição é distinção um pouco por todo o mundo.

No jornal online “The Telegraph”, o titulo noticioso fala do facto da Alemanha perder o seu aliado-chave em Portugal e de como os Comunistas estão prontos para assumir o poder no país e derrubar o Governo de austeridade.

O “The Guardian” fala de como o Partido Socialista português está a tentar derrubar o Governo de Direita, a fim de acabar com a austeridade imposta, em troca de um resgate internacional em 2011.

O que a imprensa internacional tinha dito do discurso de Cavaco no dia 6, aquando da indigitação do Governo de PSD/CDS-PP

Portugal tem andado pelas bocas do mundo devido à discórdia política que se tem vivido no Parlamento. A imprensa internacional também não perdoa o Presidente da República português e chega mesmo a dizer que Bruxelas criou um “monstro”.

Entre as muitas publicações, mais uma vez destaca-se diário britânico “The Telegraph”, com um artigo de Ambrose Evans-Pritchard, que diz que “o presidente Cavaco Silva pode ter razão ao calcular que um Governo socialista em aliança com os comunistas precipitaria um confronto de primeira grandeza com os mandarins da austeridade da UE". Ambrose refere que "o grande plano de reflação keynesiana do Sr. Costa seria inteiramente incompatível" com a austeridade imposta por Bruxelas.

No entanto, Evans-Pritchard enuncia que "o demencial tratado orçamental obriga Portugal a cortar a dívida até 60 por cento do PIB nos próximos 20 anos numa permanente armadilha de austeridade, e a fazê-lo exactamente da mesma forma como toda a Europa do sul está a tentar fazê-lo, e tudo sobre um pano de fundo de poderosas forças deflacionárias à escala mundial". E nota que "a estratégia de combater o massivo fardo da dívida do país através de um permanente apertar do cinto é em larga medida auto-destrutiva, visto que o efeito de um PIB nominalmente estagnado agrava a dinâmica da crise".

O escritor acredita que Portugal precisará proceder a uma reorganização da dívida quando se virem os primeiros sinais da crise global e que "os conservadores portugueses e os seus media comportam-se como se a esquerda não tivesse direito legítimo a assumir o poder, e devesse ser mantida ao largo por todos os meios. Estes reflexos são conhecidos - e arrepiantes - para qualquer pessoa familiarizada com a História ibérica do século XX, ou da América Latina". Em jeito de conclusão, termina: "Bruxelas criou realmente um monstro".

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