PS, PCP e Bloco ainda sem acordo para moção de rejeição conjunta
Porto Canal
O líder parlamentar do PS deu hoje indicações de que ainda não há qualquer acordo entre socialistas, PCP e Bloco de Esquerda para a apresentação de uma moção de rejeição conjunta ao programa do Governo PSD/CDS-PP.
Carlos César, também presidente do PS, falava aos jornalistas depois de ter estado reunido com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Costa Neves, na Assembleia da República.
Após uma série de perguntas sobre o estado das negociações entre PS, PCP e Bloco de Esquerda para a constituição de um Governo alternativo ao do PSD e CDS-PP, Carlos César sinalizou que ainda se verifica uma ausência de consenso entre as forças de esquerda no que respeita à elaboração de um texto comum de rejeição ao executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
Até agora, segundo Carlos César, o PS "não se desviou do cenário" de procurar concluir um acordo sólido com as forças à sua esquerda.
"Se esse acordo for conseguido - e presume-se que tem uma alta probabilidade de o ser -, votaremos a nossa própria moção de rejeição, se for ela a primeira a ser votada. Se assim não for, vale aquilo que dissemos na noite das eleições [de 04 de outubro]: Não deixaremos o país sem Governo", referiu.
O programa do XX Governo Constitucional é discutido na segunda e terça-feira na Assembleia da República, tendo eventuais moções de rejeição de dar entrada até ao final do debate.
Pouco depois das palavras proferidas por Carlos César, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, reafirmou a intenção de apresentar uma moção de rejeição autónoma ao novo Governo PSD/CDS-PP, aquando da apresentação do seu programa, até "decisão em contrário", e consoante as negociações com PS e BE.
"Essa foi a disponibilidade que assumimos desde a noite das eleições. Não havendo decisão em contrário, essa disponibilidade é a que se mantém. É a única coisa que posso garantir", adiantou, sobre a eventual moção de rejeição autónoma por parte do PCP, acrescentando ainda sobre as conversações à esquerda que "a palavra de um comunista vale tanto como um papel assinado, nesta circunstância", sem qualquer "novidade ou comentário", pois o processo está em curso.