Violadores de estudante indiana condenados à pena de morte
Porto Canal
Os quatro homens acusados da violação coletiva e morte de uma estudante em Nova Deli foram hoje condenados à pena de morte, anunciou hoje o juiz Yogesh Khanna, que preside ao tribunal.
Yogesh Khanna disse que o caso entrou na "categoria dos mais raros dos raros", o que justifica a pena capital.
"Numa altura em que os crimes contra as mulheres estão a aumentar, o tribunal não pode fechar os olhos a este ato grotesco", disse.
Todos os quatro suspeitos surgiram com lágrimas nos olhos quando entraram na sala e um deles, Vinay Sharma, começou a chorar e a gritar quando a sentença foi anunciada.
Quando se soube a notícia, multidões dentro do tribunal e fora da sala de audiência lançaram-se em aplausos e vivas.
A equipa de acusação congratulou-se com a decisão, com o procurador principal, Dayan Krishnan, a dizer: "Fizemos o nosso trabalho. Estamos contentes com esta sentença".
Também o pai da vítima, que não pode ser identificado por motivos legais, disse que a família ficou satisfeita.
"Estamos felizes. Fez-se justiça", disse aos jornalistas, acompanhado da mulher e dos filhos.
Os quatro homens, acusados do ataque à jovem num autocarro em Nova Deli em dezembro, foram considerados culpados da violação coletiva e da morte da estudante na terça-feira.
A estudante, de 23 anos, foi brutalmente agredida, violada, e atirada para fora de um autocarro por seis indivíduos em Nova Deli a 16 de dezembro. O amigo que a acompanhava também foi agredido e a jovem acabou por morrer no hospital, duas semanas mais tarde, devido a lesões internas.
Um dos seis suspeitos morreu na prisão e outro, que era menor de idade na altura dos acontecimentos, foi considerado culpado por um tribunal de menores no final de agosto e condenado a três anos de prisão.
O caso desencadeou uma onda de protestos na Índia. Milhares de pessoas exigiram uma tomada de consciência sobre a forma como as mulheres são tratadas no país e denunciaram a apatia da polícia e da justiça em relação às vítimas.
Depois de meses de manifestações em massa, o parlamento indiano reforçou as leis que punem os crimes sexuais.
A Índia prevê a pena de morte para certos crimes, mas as execuções são raras. Em 2004, um homem de 39 anos foi executado pela violação e morte de uma adolescente de 14 anos.