“Não há pessoas nem partidos subalternos”

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Porto Canal

Maria de Belém, candidata à Presidência da República, afirma que num regime democrático não existem "pessoas nem partidos subalternos". Segura no discurso e serena na abordagem aos temas, a antiga ministra da Saúde diz que se candidata a Belém com um programa que espera que as "pessoas se revejam" independentemente dos apoios partidários.

"Não podemos ter partidos com representação parlamentar e depois dizer que não o são. Não podemos ter preconceitos com os partidos porque foram os portugueses que os escolheram. Não há nem pessoas nem partidos subalternos", salienta a jurista.

A resposta segue na linha da pergunta, suscitada pelo discurso de Cavaco Silva aquando a indigitação de Passos Coelho como primeiro-ministro, se é perigoso um Governo com maioria de esquerda, onde Maria de Belém também afirma que "é preciso deixar o Parlamento funcionar".

Para a antiga deputada o Presidente da República (PR) agiu em conformidade com a Constituição quando indigitou Passos Coelho como primeiro-ministro, que era o líder do partido mais votado nas Legislativas de 4 de Outubro.

"O Presidente da República ao nomear o primeiro-ministro interpretou os resultados eleitorais de acordo com a Constituição. O Presidente da República fez o que devia fazer", frisou Maria de Belém.

Num claro afastamento ao discurso de Cavaco Silva, onde o PR afirma que a alternativa de esquerda para formar Governo é "claramente inconsistente" e que "teria consequências financeiras, económicas e sociais muito mais graves", Maria de Belém afirma que o discurso de Cavaco devia ter terminado pela simples indigitação.

"O Presidente da República não pode ultrapassar os poderes da Presidência e invadir os poderes de outro órgão de soberania, neste momento os poderes são da Assembleia da República (...) No panorama político não acontece tudo aquilo que nós queremos, só que temos que respeitar a democracia para esta respirar e funcionar", salienta a ex-ministra que considera que "a solução governativa tem que ter suporte parlamentar".

Maria de Belém minimiza o leque de candidatos que existem e podem existir à esquerda e afirma que se lançou para candidata à Presidência da República por um impulso de cidadania, com um programa onde as pessoas se possam rever "independentemente de apoios partidários" e ciente das dificuldades que pode vir a encontrar se for eleita face ao ambiente "crispado" que se vive em Portugal e com a crise mundial.

"Candidato-me para defender o prestígio do nosso país e para nos sentirmos bem com o nosso país. Preocupo-me com a falta de respeito que no exterior por vezes sentia que os outros tinham por Portugal. É preciso reganhar o prestígio", remata a candidata a Belém.

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