BE considera "completamente inaceitável" o cheque ensino

| Política
Porto Canal / Agências

Viseu, 06 set (Lusa) -- A coordenadora nacional do BE Catarina Martins considerou quinta-feira à noite, em Viseu,"completamente inaceitável" o cheque ensino, por entender que a obrigação do Estado é a escola pública e não financiar o negócio das escolas privadas.

"Na mesma semana em que os professores contratados encheram os centros de emprego porque estão desempregados, hoje mesmo, no Conselho de Ministros, o Governo decidiu pelo cheque ensino, que é, nem mais, nem menos, uma forma de tirar dinheiro à escola pública para o entregar direitinho no negócio privado das escolas privadas", criticou.

Ao intervir num jantar/comício em Viseu da candidatura do BE à câmara local, Catarina Martins lembrou as dificuldades que a escola pública portuguesa está a atravessar, com crianças a precisarem de ajuda e falta de professores e pessoal não docente.

"Nos últimos dois anos, o desinvestimento na escola pública em Portugal foi de tal maneira que passámos de uma média de investimento de percentagem do PIB que rondava os 7%, para 3,8%, apenas comparável a países subdesenvolvidos", lamentou.

Na sua opinião, "apenas a escola pública abre a porta a todas as crianças e jovens, independentemente do rendimento da família".

A coordenadora do BE explicou que a ideia do cheque ensino "não é original, já foi usada noutros países e tem consequências" e deu como exemplo a Suécia, que "sabe hoje o erro que foi cometido".

"Na Suécia fez-se uma experiência, ainda que não em todo o sistema de ensino, de dizer que um jovem pode ir para a escola privada e o Estado, em vez de pagar a escola pública, entrega o dinheiro à escola privada", relatou.

Essa experiência já foi avaliada, tendo a conclusão sido de que "fez baixar os resultados muito bons dos estudantes nas disciplinas nucleares" e "promoveu a desigualdade", acrescentou.

Catarina Martins alertou que, com este sistema, o ministro da Educação, Nuno Crato, "não só quer piorar a qualidade do ensino em Portugal, como quer piorar as desigualdades, favorecendo aqueles que são os filhos das famílias mais privilegiadas e desfavorecendo todos os outros".

Como esta foi uma decisão do Conselho de Ministro que terá ainda de passar pela Assembleia da República, garantiu que o BE juntará "todas as forças contra o projeto do cheque ensino".

"Não aceitamos que o esforço do nosso trabalho vá servir o negócio privado em vez de servir o direito à educação de todos neste país", sublinhou.

AMF // ARA

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