Grécia: Oposição grega critica Tsipras por ter convocado um referendo

| Política
Porto Canal / Agências
Atenas, 27 jun (Lusa) - A oposição reagiu hoje com duros ataques ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, após este ter convocado esta madrugada um referendo para domingo da próxima semana sobre o acordo com os credores.

O ex-primeiro ministro conservador e principal líder da oposição, Andonis Samarás, disse que, com esta decisão, Tsipras está a conduzir o país para um "beco sem saída" e acusou-o de isolar a Grécia da União Europeia.

Além disso, Andonis Samarás, como outros líderes, acusaram Tsipras de não ter feito aquilo a que se comprometeu há duas semanas, quando afirmou que seria ele a tomar a última decisão nas negociações com os parceiros, e de no final ter transferido essa responsabilidade para o povo grego.

"Tsipras está a conduzir o povo grego a um referendo com a pergunta final, para dizer sim ou não a ficar dentro da Europa e propõe a rutura com todos os nossos parceiros e a saída do euro", disse Samarás.

Por sua parte, o partido social democrata Pasok pediu a demissão do primeiro-ministro e exigiu eleições antecipadas.

"Se Tsipras é incapaz de tomar decisões responsáveis devemos pedir a sua demissão e deixar que os cidadãos decidam o seu futuro pela via de eleições", assegurou a líder do partido, Fofi Yenimatá.

O partido centrista To Potami (El Río) acusou ainda o Governo de querer liderar "o lobby do dracma" e advertiu que a sua formação lutará para manter a Grécia no coração da UE.

"Alexis Tsipras e Panos Kammenos decidiram liderar o 'lobby' do dracma, levar o país para fora da União Europeia e empurrá-lo para o precipício", afirmou o líder do To Potami, Stavros Theodorakis.

"Vamos lutar juntos para manter uma Grécia forte no coração da Europa", disse.

Tsipras anunciou esta madrugada a convocação de um referendo.

O primeiro ministro assegurou que respeitará qualquer que seja a vontade do povo e acrescentou que enviará uma carta aos líderes e instituições da União Europeia em que solicitará um adiamento de "uns dias" da atual extensão do resgate, que expira na próxima terça-feira, para que os cidadãos possam "decidir sem pressão".

"Quero que nesta questão respondam com orgulho e responsabilidade", disse Tsipras, que acrescentou que "a Grécia precisa de enviar uma mensagem de democracia à Europa".

A Grécia continuará a ser uma parte da Europa, mas uma "Europa sem democracia é uma Europa sem identidade nem sentido", acrescentou Tsipras, que classificou de "ultimato" o comportamento dos parceiros.

Às 12:00 horas locais, o parlamento helénico realiza uma reunião extraordinária para votar o pedido do Governo de realização de um referendo.

AL// ATR

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