Grécia: "O Plano B pode tornar-se no plano A" - ministro finlandês

| Economia
Porto Canal / Agências
Bruxelas, 27 jun (Lusa) - O ministro das Finanças finlandês disse hoje que o 'plano B' para a Grécia deverá agora transforma-se no cenário central, com discussões de como gerir um incumprimento, e considerou que o Eurogrupo não deverá aceitar uma extensão do atual programa.

À chegada à reunião do Eurogrupo, Alexander Stubb disse aos jornalistas por duas vezes que se sente "bastante triste" com a decisão do Governo grego de convocar um referendo às propostas dos credores e considerou que, pelo modo como a situação da Grécia está a evoluir, poderá tornar-se o cenário central da zona euro a gestão de um incumprimento grego e mesmo a saída da zona euro.

"O Plano B pode tornar-se no plano A", afirmou o ministro das Finanças Finlandês, numa posição que poucos minutos antes já tinha sido partilhada também pelo espanhol Luis de Guindos.

Alexander Stubb, que nas últimas semanas se tinha mostrado por várias vezes exasperado com Atenas e com a falta de avanços nas negociações, disse ainda que pensa que o Eurogrupo de hoje não deverá aprovar uma nova extensão do atual programa de resgate.

"Penso que há uma clara maioria no Eurogrupo que considera que uma extensão do programa está fora de questão", afirmou o governante, que antes do Eurogrupo esteve reunido com ministros do Partido Popular Europeu (PPE).

Segundo informação divulgada por vários meios de comunicação social, o ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis - que chegou à reunião com um sorriso mas sem falar aos jornalistas -, deverá pedir aos parceiros europeus uma nova extensão do atual programa de resgate, pelo menos até haver uma decisão do povo grego.

A 30 de junho, próxima terça-feira, termina a extensão do atual programa de resgate da Grécia - que foi prolongado em fevereiro por quatro meses para dar tempo para chegar a um acordo entre os credores e Atenas quanto às medidas a implementar no país.

Nessa data expira ainda o prazo para a Grécia reembolsar quase 1.600 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o que agora não deverá cumprir entrando em incumprimento perante esse credor.

O ministro das Finanças da Finlândia foi ainda questionado pelos jornalistas sobre a eventual introdução de controlos de capitais na Grécia e mesmo o fecho temporário dos bancos em Atenas, afirmando apenas que essa é uma decisão que terá de ser tomada pelo Governo grego.

Perante os receios de intensificação da fuga de depósitos na Grécia fala-se na introdução de limites às movimentações de dinheiro, sobretudo nas transferências internacionais. Aliás, é para compensar a saída de dinheiro em larga escala nas últimas semanas o BCE tem vindo a aumentar nos últimos dias a liquidez de emergência disponível para o sistema bancário do país.

Entretanto, a reunião do Eurgrupo começou em Bruxelas pouco depois das 14:30 (13:30 em Lisboa), com o ministro finlandês a dar conta desse arranque através da sua conta na rede social Twitter.

IM/ACC// CC

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