Lusofonia exige "acordo militante" em Portugal, defende Marcelo Rebelo de Sousa
Porto Canal / Agências
O comentador político falava na conferência "Uma Visão de Futuro pela Lusofonia" para estudantes de mestrados da Nova School of Business and Economics, em Lisboa, que encerrou o módulo "O Potencial Global do Mundo Lusófono".
Considerando que uma questão como a da Lusofonia "não pode depender do governo de cada momento", Marcelo Rebelo de Sousa defendeu um "acordo militante", mais do que um consenso entre os principais partidos, que implicasse que "o que for feito tem de ser feito com a perspetiva de longo prazo".
Devendo ser uma "aposta política fundamental", a Lusofonia merecia um ministro, segundo o ex-líder do PSD, que "sugeriu" até o cargo: "ministro adjunto do primeiro-ministro para a questão da Lusofonia".
Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre a importância da sociedade civil na aproximação da Lusofonia e no valor das comunidades portuguesas no mundo, considerando a língua "crucial", com "um potencial económico e social e humano brutal".
Falou também da sua experiência de trabalho em vários países lusófonos, um curso sobre como se fazem leis em Cabo Verde, um programa de mestrados em Angola e de doutoramentos em Moçambique, assinalando que tais intercâmbios mostram como é grande o campo de ação.
Aos que querem apostar nos países da lusofonia aconselhou humildade e persistência e defendeu com insistência a necessidade de empatia, de bom relacionamento humano.
Considerou também importante colocar a questão na ordem do dia, através dos media, escolas e empresas, e "pela positiva".
Marcelo Rebelo de Sousa vê "casos interessantes" em quase todos os países lusófonos. O Brasil é uma potência e nem a desaceleração económica diminui a sua importância, Angola é uma potência regional e "tem importância maior em Portugal do que o Brasil", é um "caso muito interessante", referiu.
Moçambique "é muito interessante, até pela charneira com a comunidade de língua inglesa" e como plataforma "do ponto de vista geopolítico", Cabo Verde tem uma "posição estratégica muito interessante" e é "militarmente muito interessante" porque permite contrariar o avanço do narcotráfico naquela zona de África, uma questão importante para a Europa e os Estados Unidos, explicou.
"Este mundo podia ser monótono (...) mas cada um (dos países) tem coisas fascinantes. Genericamente são casos com futuro", disse.
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