Constituição de novas empresas de abastecimento de água marcada para dia 30
Porto Canal / Agências
"Se tudo correr dentro da normalidade, no dia 30 de junho são realizadas as assembleias-gerais de constituição das novas sociedades e, por acréscimo, serão extintas as atuais, que irão dar origem aos sistemas mais alargados", afirmou o responsável em declarações aos jornalistas, no final da assembleia-geral extraordinária da Águas do Douro e Paiva, no Porto.
A agregação de sistemas de abastecimento de água em alta integra-se na reestruturação do setor da água, preconizada pelo Governo, que decidiu implementar a fusão dos 19 sistemas multimunicipais em apenas cinco empresas.
O Governo destaca que, com esta reestruturação, "o custo do setor da água será reduzido em três quartos dos municípios e apenas num quarto dos municípios haverá um custo agravado".
Autarcas de muitos municípios acionistas dos atuais sistemas de abastecimento de água em alta já se manifestaram contra esta reforma e prometem agora avançar para tribunal para tentar travar o processo.
Questionado sobre as críticas de autarcas dos municípios acionistas da AdDP, empresa que consideram ser "bem gerida" e que "não dá prejuízo", Manuel Fernandes Thomaz disse não ter dúvidas que "daqui a um, ou dois ou três anos toda a gente vai esquecer esta conflitualidade que poderá ter existido" e que todos estarão "a testemunhar que foi esta reforma que fez sentido".
O presidente da Câmara de Paredes (PSD), Celso Ferreira, considerou, no entanto, que "ainda é muito cedo para se falar da extinção" da AdDP, referindo-se aos "recursos judiciais", incluindo o do seu município.
"Pelo que percebo", disse, há autarcas dispostos "a ir até às últimas consequências".
"O que está aqui em causa é a destruição de uma sociedade bem gerida, ao contrário de outras sociedades do universo da AdP", frisou Celso Ferreira.
A reunião magna extraordinária da AdDP de hoje foi convocada a pedido dos autarcas por estarem contra a extinção da empresa.
Segundo Fernandes Thomaz, a AdP, acionista maioritário da AdDP (com 51%), sempre entendeu que essa não é uma matéria para discutir no foro societário.
"É uma decisão política e entendemos que esta assembleia não tinha condições para deliberar sobre matérias que foram já legisladas", sustentou.
Nesta assembleia geral estiveram presentes 14 dos 20 municípios acionistas, não tendo comparecido Arouca, Baião, Cinfães, Espinho, Gondomar e Ovar.
JAP // MSP
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