Ministério da Saúde vai contratar 400 médicos reformados em 2015
Porto Canal (JYL)
O ministério anuncia a contratação de 400 médicos reformados em 2015 e que foram abertas mais de cinco mil vagas para novos médicos, desde 2012.
Durante cinco anos e meio, mais de três mil médicos estavam aposentados, e cerca de metade dos que saíram a trabalhar em centros de saúde. Apesar das penalizações muitos pediram a reforma antecipada. Em 2014, e nos primeiros meses de 2015 o ritmo de saídas voltou a acelerar.
De forma a contrariar este facto, o Ministério da Saúde (MS) tem em curso uma dezena de medidas. O gabinete de Paulo Macedo afirma que 108 médicos de família reformados (de um total de 169) estão a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e revela que nesta terça-feira foi estabelecido para 2015 a contratação de mais 400 aposentados.
O regime de contratação foi modificado "face ao fluxo significativo de aposentações de médicos nesta especialidade e por forma a reforçar a adesão voluntária pelos seus interessados" explica o MS. Descontando "as reformas prováveis" e "medindo os efeitos das medidas em curso", faltam 652 médicos de família, principalmente na região de Lisboa e Vale do Tejo, contabiliza o gabinete de Paulo Macedo. O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar diz que faltam 800 profissionais.
O dirigente do Sindicato dos Médicos do Norte e da Federação Nacional dos Médicos, Arnaldo Araújo, durante cada mês, filtra a lista de novos reformados da Caixa Geral de Aposentações (CGA). Isto permite perceber que em 2014, e nos primeiros seis meses de 2015, a saída de médicos do SNS por aposentação voltou a acelerar, face aos dois anos anteriores. A maior parte foram médicos de família.
Mesmo as medidas de aumento da idade da reforma e de reforço da penalização da pensão antecipada que entraram em vigor no ano passado não chegaram para travar o ritmo das saídas. Em 2010 reformaram-se 606 clínicos e, em 2011, 666. Nos dois anos seguintes os números baixaram, mas em 2014 voltaram a subir. O problema é que a maior parte dos que saíram eram médicos de família.
O MS admite que há 237 especialistas a aguardar colocação. Nos hospitais, conta-se com a abertura de 3110 vagas, no entanto alguns dos concursos só foram lançados este ano e não se sabe quantos foram recrutados na totalidade.