Ordem dos Médicos preocupada com falta de recursos humanos na Guarda

| País
Porto Canal / Agências
Guarda, 09 jul (Lusa) - O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, mostrou-se hoje preocupado com a falta de recursos humanos no distrito da Guarda ao nível dos cuidados de saúde primários e secundários.

Carlos Cortes concluiu hoje uma visita de dois dias ao distrito e, no final, em conferência de imprensa, disse que encontrou três áreas problemáticas - recursos humanos, formação e instalações - e que a "mais grave" está relacionada com a falta de profissionais.

"O distrito, a Unidade Local de Saúde (ULS), sente esse problema na pele. Detetámos por várias vezes a falta de médicos em muitos serviços que visitámos do hospital e em vários centros de saúde e essas dificuldades têm um impacto, obviamente, direto sobre a qualidade da prestação dos cuidados de saúde", afirmou.

Segundo o presidente da SRCOM, "não se faz uma medicina de qualidade, não se consegue prestar cuidados de saúde de qualidade" se não existirem profissionais de saúde.

O responsável deu ainda o exemplo dos centros de saúde de Pinhel e de Figueira de Castelo Rodrigo, que abrangem 9.000 e 6.000 utentes, respetivamente, onde trabalham "dois ou três médicos de família", um número considerado "nitidamente insuficiente".

Em relação às medidas de captação de novos médicos para o interior, aplicadas pelo Ministério da Saúde, referiu que não resolvem o problema da falta de especialistas.

Carlos Cortes questiona de que serve "abrirem vagas no interior quando, ao mesmo tempo, se abrem as mesmas vagas em hospitais do litoral?".

Em sua opinião, os incentivos aplicados pelo Governo não irão resolver "absolutamente nada".

"Os médicos têm que estar onde há maiores necessidades em saúde e a ULS da Guarda, o distrito da Guarda, é um local carenciado, necessita de médicos. Cabe ao Ministério da Saúde desenvolver os esforços e os mecanismos para colocar os médicos. Aquilo que eu constatei hoje e constatei ontem [na quarta-feira] é que as medidas que foram tomadas pelo Ministério da Saúde são um absoluto fracasso e põem em perigo as populações da região", apontou.

Quanto às instalações, o presidente da SRCOM deu dois exemplos que "ilustram perfeitamente o despesismo que tem existido" no país e a "inadaptação das soluções que têm sido encontradas em relação àquelas que são as necessidades das populações e a oferta que o Estado se obriga a dar".

O novo centro de saúde de Figueira de Castelo Rodrigo não tem uma área específica para funcionamento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), denunciou.

"O que vai existir, em termos de SAP, vai ser uma situação de remendo", disse.

Já no Hospital Sousa Martins, na Guarda, existe "algo completamente inadaptado": a nova área do hospital "está completamente separada de outas áreas médicas muito importantes".

A Ordem dos Médicos vai elaborar um "relatório exaustivo" para entregar aos responsáveis da ULS, à Administração Regional de Saúde do Centro e ao Ministério da Saúde.

ASR // SSS

Lusa/fim

+ notícias: País

Até já, calor! Temperaturas arrefecem e chuva está de regresso

A presente semana tem brindado os portuenses com um calor digno de verão, com a temperatura máxima a atingir, esta quinta-feira, os 28º Celsius. Mas, este é “sol de pouca dura”, com o tempo a mudar drasticamente já a partir deste sábado.

Ordem dos Enfermeiros analisou 650 queixas e suspendeu oito profissionais em 2023

A Ordem dos Enfermeiros (OE) analisou 650 queixas contra profissionais em 2023, mais 243 relativamente ao ano anterior, das quais resultaram 260 procedimentos disciplinares e a suspensão de oito enfermeiros, revelam dados divulgados à agência Lusa.

Escolas profissionais enfrentam endividamento devido a atrasos no financiamento

Algumas escolas profissionais privadas estão com dificuldades financeiras porque o dinheiro que esperavam dos fundos europeus está atrasado. O presidente da Associação Nacional de Escolas Profissionais (Anespo), Amadeu Dinis, disse ao JN que o prazo para pedir esse dinheiro já acabou e só vão recebê-lo quase no fim do ano letivo.