Lisboa, 29 abr (Lusa) - O Presidente da República interrogou-se hoje sobre qual seria a situação social do país sem a ação das instituições de solidariedade, sublinhando o "trabalho notável" que têm desenvolvido nos últimos anos.

"Interrogo-me o que seria a situação social do nosso país sem a vossa ação, sem a ação das nossas instituições de solidariedade social, sem a porta aberta para receber a qualquer momento os idosos, os doentes, as crianças vítimas de maus-tratos ou abandonadas, sem a mão amiga estendida àqueles que perderam a esperança por de um momento para o outro terem passado de uma situação de algum desafogo a novos pobres, a situações de carência, muitas vezes de carência alimentar", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva.

Falando na cerimónia em que condecorou instituições e personalidades ligadas à solidariedade social, Cavaco Silva enalteceu o trabalho que têm desenvolvido nos últimos anos, classificado-o como "notável" e considerando-o merecedor do reconhecimento de todos os portugueses.

Numa curta intervenção antes de impor as insígnias aos condecorados, o Presidente da República explicou que as instituições e personalidades agraciadas representam de alguma forma a "rede" que nos últimos anos conseguiu "atenuar o sofrimento de milhares de portugueses que foram atingidos pela crise económica e financeira".

"Nós devemos dar graças a Deus por termos a rede de instituições de solidariedade social que temos em Portugal", acrescentou.

Em jeito de balanço, o chefe de Estado lembrou que desde o início do seu primeiro mandato em Belém - e ainda não antecipando a crise que viria a atingir o país - apela aos portugueses para um reforço do espírito de solidariedade.

Aliás, acrescentou, há nove anos, em abril de 2006, no seu primeiro discurso enquanto chefe de Estado na sessão solene do 25 de Abril, deixou um "convite" aos portugueses para se empenharem num "compromisso cívico para a inclusão social.

"Posso dizer que a inclusão social foi a minha primeira causa", declarou, reconhecendo que "fazendo o balanço", de alguma forma o seu apelo foi ouvido.

Falando em nome dos condecorados, o padre Lino Maia agradeceu os elogios, notando que nestes "anos difíceis não houve uma só instituição a encerrar portas ou um só dirigente a desistir".

"Apoiámos mais pessoas, servimos melhor e criámos mais emprego, como menos meios, mas com um coração provavelmente maior", disse.

As personalidades agraciadas hoje, quando se assinala o Dia Europeu da Solidariedade e Cooperação entre Gerações, foram: o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, padre Lino Maia (Grande-Oficial da Ordem do Mérito), o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros, Alfredo Castanheira Pinto, o diretor do Refúgio Aboim Ascensão, Luís Villas-Boas, o provedor da Santa Casa da Misericórdia da Golegã, António José Martins Lopes, o vice -presidente da Associação António Bacelar Carrelhas, Manuel José Cardoso Matias (comendadores da Ordem do Mérito), Albino Martins e Cláudia Martins, que lideram o centro paroquial de Cachopo da serra algarvia (Oficiais da Ordem do Mérito)

Com o título de membro honorário da Ordem do Mérito foram condecoradas seis instituições: Associação da Creche de Braga, Associação Popular de Apoio à Criança de Vila Franca de Xira, Centro de Assistência Social Lucinda Anino dos Santos, Florinhas do Vouga, Lares da Boa Vontade e Obra Diocesana de Promoção Social.

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