Operações de tesouraria da PT "não foram nem podiam ter sido ocultadas" - Granadeiro
Porto Canal / Agências
Lisboa, 04 mar (Lusa) - O antigo presidente da Portugal Telecom (PT) Henrique Granadeiro disse hoje que as operações de tesouraria na empresa "não foram nem podiam ter sido ocultadas" devido às regras de governação e aos vários órgãos de controlo.
"As operações de tesouraria não foram nem podiam ter sido ocultadas dos diversos órgãos internos e externos da sociedade", vincou Henrique Granadeiro na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).
Vários documentos, de "natureza legal e corporativa, nomeadamente relatórios e contas", mereceram sempre o "parecer favorável da comissão de auditoria, entretanto criada, em 2007, e que foi um enorme contributo para a supervisão e controlo das contas" da PT, acrescentou o responsável.
Granadeiro começou a ser ouvido no parlamento pelas 16:10 e arrancou a sua presença na comissão de inquérito BES/GES com uma declaração inicial de cerca de 30 minutos onde tem traçado uma retrospetiva do relacionamento da PT com o banco e o grupo outrora liderados por Ricardo Salgado.
O antigo presidente executivo e também 'chairman' da PT terá que enfrentar perguntas dos deputados sobre a relação da operadora com empresas do GES, nomeadamente com o investimento de 897 milhões de euros em dívida da Rioforte.
A comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de novembro passado e tinha inicialmente um prazo total de 120 dias, até 19 de fevereiro, que foi prolongado por mais 60 dias.
Os trabalhos dos parlamentares têm por objetivo "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
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