Forte exposição da PT ao banco devia-se às boas condições oferecidas

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 04 mar (Lusa) - O ex-presidente da Portugal Telecom (PT), Henrique Granadeiro, justificou a elevada concentração da tesouraria da operadora nas aplicações financeiras do BES com as condições que o banco então liderado por Ricardo Salgado oferecia.

"O BES tinha o melhor preço. Era por isso", respondeu o responsável depois de confrontado com a grande concentração das aplicações de tesouraria da PT no BES na última década.

"Não há boleias nessa área. Nem na PT, nem nas outras empresas em que pode pensar. Não tenho dúvidas de que foi consultado o mercado", afiançou.

Quanto às recomendações de ser feita uma diversificação da carteira de investimentos, Granadeiro apontou para as aplicações feitas pela operadora no Banco Popular e na Caixa Geral de Depósitos (CGD), além do Banco Espírito Santo (BES).

"O dinamismo das equipas que estão a vender esses produtos é determinante no resultado", assinalou.

E ilustrou: "Quando o Dr. Jorge Tomé era administrador da PT pela CGD, a CGD batia-se até à última gota de sangue para obter estes produtos".

Granadeiro sublinhou ainda que "quando entrou o encaixe da [venda da] Vivo, foi metade para a CGD e metade para o BES. E o BES tinha 10% e a CGD só tinha 6%".

Questionado sobre as razões que levaram a que a PT tivesse no terceiro trimestre de 2013 uma exposição de 91% da sua tesouraria ao BES, Granadeiro partiu para o ataque.

"Houve uma falha de confiança. Eu soube da venda das ações da PT pela CGD pelo jornal. Não é que a CGD ou o Governo tivessem obrigação, mas há coisas em que não é preciso haver obrigação", frisou

Realçando que no período referido, isto é, o terceiro trimestre de 2013, a CGD já ter vendido a sua participação acionista na PT, Granadeiro admitiu que não viu com bons olhos a saída do banco público do capital da operadora, muito menos sem ter tido conhecimento prévio.

"Criam situações crispadas que, naturalmente, têm estes efeitos", vincou.

De resto, Granadeiro já tinha criticado na altura a decisão da CGD sair do capital da operadora, num momento em que já estava a ser 'cozinhada' a fusão com a brasileira Oi.

DN/PPF // ATR

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